Na avaliação do Cade, há elementos suficientes para afastar a possibilidade de exercício de poder de mercado pela Nestlé nos cinco mercados relevantes com sobreposição horizontal. Além disso, o órgão concluiu que as empresas não teriam capacidade ou incentivos para fechar quaisquer dos mercados verticalmente relacionados, eliminando preocupações concorrenciais.
A Superintendência-Geral do Cade afirmou que, caso o tribunal não avoque o ato de concentração para análise, ou não haja recurso de terceiros interessados em 15 dias, a decisão será terminativa. Do mesmo modo, o Cade aprovará definitivamente a operação.
Compra da Nestlé pela Kopenhagen
A aquisição, anunciada em 7 de setembro de 2023, ocorreu após as empresas serem controladas pela gestora americana Advent International desde 2020. Contudo, a previsão é que a transação seja concluída neste ano.
Embora o valor da transação não tenha sido divulgado, a compra dará à Nestlé o controle acionário das três companhias, inserindo-a no segmento de rede de lojas de chocolates e café. As marcas juntas possuem mais de mil lojas no Brasil e estão entre as maiores franqueadoras do país, com cerca de 2.000 funcionários.
A princípio, Renata Moraes Vichi permanecerá à frente da operação do grupo brasileiro como acionista e CEO. Marcelo Melchior, CEO da Nestlé Brasil, destacou a oportunidade de fortalecer a categoria de chocolates no Brasil.
O plano das empresas inclui oportunidades em inovação, digitalização, exploração de novas categorias e canais, além de ampliar iniciativas de sustentabilidade. A Kopenhagen, fundada em 1928, teve seu controle adquirido pelo grupo CRM em 1996. O faturamento esperado para 2023 é de R$ 1,7 bilhão, e há planos de triplicar o número de lojas até 2026, chegando a 3.000 unidades no país.
Recentemente, a Nestlé anunciou um aumento de investimento no Brasil, totalizando R$ 2,7 bilhões até 2026. O objetivo é expandir as fábricas de chocolates e biscoitos, setores relevantes para a empresa no país.