O Acordo Mercosul-UE abre novas oportunidades para a indústria láctea brasileira, com eliminação de tarifas e desafios regulatórios em sustentabilidade e segurança alimentar.
O cumprimento dos rigorosos padrões sanitários e de segurança alimentar da UE será fundamental para garantir o sucesso do setor lácteo brasileiro neste novo cenário.
O cumprimento dos rigorosos padrões sanitários e de segurança alimentar da UE será fundamental para garantir o sucesso do setor lácteo brasileiro neste novo cenário.

Na sexta-feira, 28 de setembro de 2024, um novo capítulo se abriu nas relações comerciais entre o Mercosul e a União Europeia (UE) com a assinatura de um acordo histórico.

O tratado, firmado em Bruxelas, Bélgica, após mais de duas décadas de negociações, promete a eliminação progressiva de tarifas sobre uma vasta gama de produtos agrícolas, automotivos e de serviços. A expectativa é que esse acordo revolucione o comércio entre os dois blocos, beneficiando países como Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai, que compõem o Mercosul, e as 27 nações que formam a UE.

 

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O setor agrícola, incluindo a indústria láctea, será um dos principais beneficiados com a eliminação gradual das barreiras tarifárias para diversos produtos. No entanto, o Brasil, apesar de ser o maior produtor de lácteos do Mercosul, enfrenta desafios para atender sua própria demanda interna.

Ainda assim, o acordo permitirá que o país exporte até 30 mil toneladas de queijo, 10 mil toneladas de leite em pó e 5 mil toneladas de fórmulas infantis para a Europa, com tarifas reduzidas ou eliminadas. Isso não significa que o Brasil produza essas quantidades como excedente, mas sim que essas são as quotas autorizadas para exportação no âmbito do tratado.

Este novo cenário oferece oportunidades inéditas para que os produtos lácteos brasileiros alcancem mercados europeus altamente regulamentados e consumidores exigentes, disseram fontes próximas à eDairyNwes.

A eliminação de 92% das tarifas sobre produtos do Mercosul e 91% dos produtos europeus ao longo dos próximos 10 anos representa um enorme potencial para ampliar as exportações brasileiras, consolidando a presença do país no comércio global de lácteos.

 

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No entanto, nem tudo são flores. O cumprimento dos rigorosos padrões sanitários e de segurança alimentar da UE será fundamental para garantir o sucesso do setor lácteo brasileiro neste novo cenário.

Acordos de segurança alimentar e sanitária exigirão adaptações significativas por parte do Brasil, especialmente para pequenas e médias empresas, que podem enfrentar dificuldades com a rastreabilidade e os requisitos sanitários impostos pelos europeus.

Outro ponto crítico é a questão ambiental. O acordo inclui compromissos importantes em termos de sustentabilidade, preservação ambiental e práticas empresariais responsáveis, o que pressionará ainda mais os produtores brasileiros a adotarem práticas sustentáveis para manter a competitividade.

O acordo foi assinado em Bruxelas com a presença de líderes de ambos os blocos. Representantes dos países do Mercosul e da União Europeia celebraram o tratado como um marco nas relações comerciais globais, e prometeram avanços significativos na cooperação entre as partes.

Entretanto, o tratado ainda precisa ser ratificado pelos parlamentos dos países envolvidos para que entre em vigor. Este processo pode demorar, uma vez que, historicamente, acordos dessa magnitude encontram resistência interna, principalmente por parte de produtores europeus que temem a concorrência dos produtos agrícolas do Mercosul, que tendem a ser mais baratos.

Entre os principais itens que terão tarifas eliminadas ao longo dos próximos anos estão as carnes, suco de laranja, peixes, crustáceos, e, claro, os produtos lácteos. Para produtos sensíveis, como automóveis e autopeças, a eliminação das tarifas será feita de forma mais lenta, com prazos que podem se estender até 15 anos.

Os próximos meses serão cruciais para que o acordo avance nas fases de ratificação nos parlamentos dos países signatários. Tanto na União Européia quanto nos países do Mercosul, debates acalorados sobre a proteção dos mercados internos e o impacto ambiental estão previstos, o que pode atrasar a implementação total do acordo.

Para a indústria láctea brasileira, este é o momento de se preparar, investindo em tecnologia, inovação e adequação às normas sanitárias internacionais. O sucesso neste novo mercado exigirá não apenas a competitividade em preço, mas também a garantia de qualidade e sustentabilidade, fatores cada vez mais valorizados no comércio internacional.

 

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O Acordo Mercosul-UE traz consigo promessas e desafios para a indústria láctea do Brasil. Ao mesmo tempo que abre as portas para um dos mercados mais exigentes do mundo, ele impõe a necessidade de adequação a padrões elevados de qualidade e sustentabilidade.

Se bem executado, o acordo pode representar um marco para o setor, ampliando a participação brasileira no comércio global e consolidando o país como um dos principais exportadores de produtos lácteos de alta qualidade.

Agora, cabe aos atores do setor, desde grandes indústrias até pequenas e médias empresas, se prepararem para este novo cenário, garantindo que possam competir e prosperar no mercado europeu.

Consumidores brasileiros têm se surpreendido com a alteração do nome do queijo nas embalagens. Essa mudança foi definida em um acordo entre União Europeia e Mercosul.

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