Os agricultores vão protestar em toda França nesta segunda-feira, à medida que a perspectiva de um acordo comercial entre os países europeus e do Mercosul acentua o descontentamento com a concorrência estrangeira que alimentou uma crise agrícola no início deste ano.
A pressão da União Europeia e do Mercosul para concluir as negociações comerciais de longa duração até o final do ano reacendeu a ira na França.
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Frustrações semelhantes foram expressas por agricultores de toda a Europa no inverno passado no hemisfério norte, após um aumento nas importações a partir da Ucrânia depois da invasão da Rússia.
No entanto, o clima na França piorou ainda mais, depois que as colheitas foram prejudicadas por chuva, surtos de doenças nos rebanhos e uma eleição parlamentar que atrasou as medidas prometidas para acalmar os protestos anteriores, que levaram os agricultores a bloquear rodovias por semanas.
“Temos as mesmas exigências de janeiro, nada mudou”, disse Armelle Fraiture em sua fazenda de gado leiteiro ao norte de Paris. “Precisamos fazer com que o governo entenda que já é o bastante.”
Enquanto os agricultores enfrentam importações mais baratas, regulamentações onerosas e rendimentos escassos, um acordo com o Mercosul representaria uma amarga “cereja no bolo”, afirmou Arnaud Rousseau, chefe do principal sindicato de agricultores da França, o FNSEA, à BFM TV no domingo.
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Dezenas de milhares de fazendas na França, o maior produtor agrícola da UE, estão em dificuldades financeiras, segundo ele.
Os agricultores franceses temem que um acordo com o Mercosul traga mais carne bovina, frango, açúcar e milho do Brasil e da Argentina, países que, segundo eles, usam pesticidas nas plantações e antibióticos de crescimento no gado que são proibidos na Europa.