ESPMEXENGBRAIND
11 dez 2025
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Com US$ 6,6 milhões, a All G acelera a produção de lactoferrina recombinante e avança nos trâmites regulatórios nos principais mercados 🌍
A nova rodada reforça a estratégia da All G para escalar lactoferrina humana e bovina por fermentação de precisão, em parceria com a Armor Protéines. 🔬
A nova rodada reforça a estratégia da All G para escalar lactoferrina humana e bovina por fermentação de precisão, em parceria com a Armor Protéines 🔬

A lactoferrina ficou no centro das atenções com o novo aporte captado pela All G, empresa australiana que avança na produção de proteínas recombinantes do leite humano e bovino.

Conforme relatado pela companhia, foram garantidos mais de A$ 10 milhões — cerca de US$ 6,6 milhões — em uma rodada de notas conversíveis que antecede a Série B. Esse movimento ocorre em meio à preparação para o lançamento comercial previsto para o início de 2026.

A startup, sediada em Sydney, utiliza fermentação de precisão para produzir proteínas bioidênticas àquelas presentes no leite, com foco atual na lactoferrina bovina e humana. Com a nova rodada, a All G ultrapassa US$ 36 milhões captados desde sua fundação, há cinco anos. Investidores que já acompanham o desenvolvimento da empresa, como Agronomics, Döhler Ventures e ID Capital, reforçaram sua participação, segundo informado pela diretoria.

No mesmo anúncio, a All G confirmou a criação de uma joint venture com a francesa Armor Protéines, reconhecida globalmente na área de bioativos lácteos. A parceria abrange suporte técnico, produção em escala e, futuramente, estratégias de comercialização para múltiplos mercados. De acordo com executivos das duas empresas, o foco inicial será a industrialização da lactoferrina e o avanço de proteínas inspiradas no leite humano.

A tecnologia de fermentação de precisão é vista pela All G como uma solução para os entraves históricos da lactoferrina. A empresa explica que microrganismos são programados com trechos específicos de DNA e passam a produzir moléculas de interesse durante a fermentação. No processo desenvolvido internamente, a lactoferrina é liberada no meio, posteriormente separada, purificada por cromatografia, dessalinizada e convertida em pó.

A lactoferrina ocorre naturalmente no leite humano e bovino, com funções associadas à regulação do ferro e a propriedades antivirais, antibacterianas, imunomoduladoras e benéficas ao trato intestinal. Ela também é utilizada em protocolos de nutrição clínica e em produtos voltados a gestantes. Entretanto, sua baixa concentração no leite de vaca — o que exige cerca de 10 mil litros para obter 1 kg de proteína purificada — elevou historicamente o custo de produção, estimado entre US$ 600 e US$ 2.000/kg. Por isso, sua presença comercial se manteve limitada a fórmulas infantis e suplementos premium.

A busca por alternativas escaláveis tem atraído diferentes startups de biotecnologia. Segundo informações do setor, empresas como Helaina, TurtleTree, Eden Brew, PFx Biotech, Daisy Lab, De Novo Foodlabs e Eclipse Ingredients também avançam em versões recombinantes da proteína, com aplicações previstas em alimentos funcionais, bebidas, nutrição esportiva e soluções para idosos. A All G afirma que sua lactoferrina alcançou alta pureza, forte bioatividade e padrões de glicosilação compatíveis aos naturais.

A companhia também desenvolve lactoferrina humana, descrita pelo cofundador e CEO Jan Pacas como estruturalmente idêntica à presente no leite materno. Ele afirma que essa versão pode atender à demanda crescente da nutrição infantil e clínica, principalmente pelo perfil bioativo distinto em relação à proteína bovina.

A All G já produz lactoferrina bovina em escala piloto e reporta mais de 95% de pureza na versão humana. A empresa obteve autodeclaração de status GRAS para comercialização em nutrição adulta nos Estados Unidos e recebeu autorização para uso em cuidados pessoais na China. A liberação para fórmulas infantis ainda está em análise. Paralelamente, a startup conduz processos regulatórios nos EUA, China, Austrália/Nova Zelândia e União Europeia.

Com a entrada da Armor Protéines, que figura entre os principais fabricantes mundiais de lactoferrina, a All G amplia sua capacidade de escala e planeja disponibilizar ingredientes de alto valor agregado a fabricantes globais. A joint venture também inclui o desenvolvimento da versão humana da proteína, que poderá ser destinada a fórmulas infantis com composição mais próxima ao leite materno.

Além da lactoferrina, a empresa trabalha em caseínas micelares humanas, que representam entre 20% e 45% das proteínas do leite materno e são essenciais para absorção de cálcio, crescimento, desenvolvimento e saciedade. A All G registra patentes envolvendo micelas, processos escaláveis de produção e aplicações para formulações inspiradas no leite humano.

*Escrito para o eDairyNews, com informações de VB

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