Wellington, 7 jun (Xinhua) – Como a China continua sendo o principal destino de leite em pó da Nova Zelândia, a indústria láctea neozelandesa tem buscado mais oportunidades no mercado chinês com demandas crescentes e diversificadas.
“A Fonterra continua vendo grandes oportunidades na China”, disse à Xinhua na quinta-feira, Teh-han Chow, CEO da Fonterra para a Grande China.
A gigante de lacticínios da Nova Zelândia, Fonterra, planeja expandir seus serviços alimentares para mais cidades de segundo e terceiro níveis na China, melhorando seus produtos com o investimento em inovação, desenvolvimento contínuo de cardápios e reforço da oferta na cozinha chinesa.
“Estamos vendo um aumento na procura por soluções de saúde e bem-estar, principalmente em nutrição, impulsionado em parte pela ‘Iniciativa China Saudável 2030’, uma campanha liderada pelo governo para melhorar a saúde pública na China”, disse Chow.
A Fonterra abriu seu quinto centro de aplicação em Shenzhen em 2023 e recentemente melhorou seus centros de aplicação em Shanghai e em Beijing. Um sexto centro de aplicação da Fonterra será inaugurado na China ainda este ano para apoiar os clientes locais na criação de produtos inovadores, disse ele.
“A Fonterra teve muito sucesso na China. O país é um dos mercados estratégicos mais importantes da Fonterra”, disse Chow à Xinhua no começo deste ano.
Primeiro-ministro da Nova Zelândia, Christopher Luxon, discursa na Cúpula Empresarial da China de 2024 em Auckland, Nova Zelândia, no dia 20 de maio de 2024. (Xinhua/Guo Lei)
“O sucesso da economia da Nova Zelândia está diretamente relacionado com o sucesso dos nossos exportadores”, disse o primeiro-ministro Christopher Luxon na Cúpula Empresarial da China realizada em Auckland no mês passado.
Luxon disse que o comércio é a força vital da economia da Nova Zelândia, sustentando um quarto dos empregos do país, mencionando que o governo pretende transformar a Nova Zelândia em uma potência exportadora.
O embaixador chinês na Nova Zelândia, Wang Xiaolong, disse na mesma ocasião que há um enorme espaço para os dois países continuarem sendo parceiros mutuamente úteis para se capacitarem a fim de alcançar mais sucesso com base nas suas respectivas exigências e vantagens comparativas.
“A cooperação econômica firme sempre foi um pilar essencial das relações bilaterais”, disse Wang.
O ministro do Comércio da Nova Zelândia, Todd McClay, também presente no evento, está confiante de que a Nova Zelândia mantém a reputação na China como principal produtor mundial de produtos alimentícios sustentáveis, seguros, saudáveis, naturais e nutritivos.
MAIS OPORTUNIDADES E DEMANDAS
Roy van den Hurk, CEO da Milk New Zealand Dairy Limited, disse que nos últimos 10 anos, a China tem sido o maior parceiro comercial da Nova Zelândia e o maior destino de exportação. Notavelmente, a Nova Zelândia virou a maior fonte de produtos lácteos importados da China, representando cerca de 45% da cota de mercado de importação desse tipo de produto na China.
Terry Lee, diretor-administrativo da Milk New Zealand Dairy, que participou da Exposição Internacional de Importação da China (CIIE, na sigla em inglês) em Shanghai, fala por videoconferência na conferência e cerimônia de assinatura de negócios de produtos lácteos China-Nova Zelândia, realizada em Auckland, Nova Zelândia, no dia 10 de novembro de 2020. (Foto por Sun Xueliang/Xinhua)
A crescente demanda entre os consumidores chineses por produtos lácteos de alta qualidade da Nova Zelândia impulsionou as marcas de laticínios da Nova Zelândia a se tornarem rapidamente os principais produtos lácteos importados pela China, disse van den Hurk à Xinhua.
“Essas marcas conectam toda a cadeia industrial, desde as fazendas da Nova Zelândia até as mesas chinesas, impulsionando a cooperação, o investimento, o comércio e o emprego relacionados à indústria de laticínios entre a China e a Nova Zelândia”, disse ele.
Graças ao Acordo de Livre Comércio (ALC) China-Nova Zelândia, todos os produtos lácteos exportados da Nova Zelândia para a China terão tarifas zero, o que gera perspectivas mais amplas para o desenvolvimento da indústria láctea entre os dois países, disse van den Hurk.
O volume de comércio bilateral atingiu 38 bilhões de dólares neozelandeses (aproximadamente 23,24 bilhões de dólares americanos), mais de quatro vezes o montante quando o ALC Nova Zelândia-China entrou em vigor em 2008, mostram as estatísticas.
MELHOR DESTINO DE LEITE EM PÓ DA NOVA ZELÂNDIA
Embora as exportações de leite em pó da Nova Zelândia para a China tenham caído recentemente, principalmente devido à quantidade, a China continua sendo o principal destino de leite em pó do país.
As exportações de leite em pó para a China aumentaram 987% em valor e 1.004% em quantidade no ano encerrado em abril de 2024, em comparação com o ano encerrado em abril de 2008, informou o departamento de estatísticas Stats NZ no mês passado.
No ano encerrado em abril de 2024, 30% das exportações de leite em pó da Nova Zelândia foram enviadas para a China, e a assinatura do ALC com a China em 2008 acelerou essas exportações, disse Stats NZ.
Além disso, houve mais cooperação nessa área entre os dois países.
Representantes da Yili Industrial Group Company Limited da Mongólia Interior da China e da Westland Co-operative Dairy Company Limited da Nova Zelândia participam de cerimônia para assinatura de acordo em Auckland, Nova Zelândia, no dia 18 de março de 2019. (Xinhua)
Em maio do ano passado, a gigante chinesa de laticínios Yili Group lançou uma nova fábrica de lactoferrina na Nova Zelândia, com um investimento de 70 milhões de dólares neozelandeses (43,35 milhões de dólares) e uma capacidade de 67 toneladas, que foi aclamada como um projeto marcante da cooperação em laticínios entre China e Nova Zelândia.
O Grupo Yili, por meio da Oceania Dairy e da Westland Milk Products, investiu cerca de 1,5 bilhão de dólares neozelandeses (930 milhões de dólares) na Nova Zelândia desde 2013.