O reforço do financiamento no sector produtivo e da capacitação de quadros é apontado por diversos especialistas como factor chave.
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Aumento da produção agrícola passa pelo reforço do financiamento – especialistas

O reforço do financiamento no sector produtivo e da capacitação de quadros é apontado por diversos especialistas como factor chave que pode contribuir no aumento da produção nacional de bens alimentares e, consequentemente, atender as reais necessidades do mercado interno.

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De acordo com o director do Gabinete de Estudos, Planeamento e Estatística (GEPE) do Ministério da Agricultura e Florestas, Anderson Jerónimo, o país “não produz o suficiente para atender as reais necessidades da população”, que cresce 3.5% por ano, com uma taxa de natalidade de 5%.

Por conta disso, o responsável, que falava num dos painéis de debate sobre “Investimento no agronegócio em Angola”, no âmbito da V Conferência Economia & Mercado, realizada esta quarta-feira, em Luanda, considerou ser necessário a criação de condições para o aumento do investimento público e privado ao sector agrícola.

Outro factor decisivo para o aumento da produção por este técnico é a capacitação dos produtores familiares ou pequenos agricultores, por ser a franja que concentra maior parte da produção nacional.

Que também alinha no mesmo pensamento é o presidente da Associação Agro-pecuária de Angola (AAPA), Wanderley Ribeiro, apontando o aumento da produção nacional como factor fundamental para reduzir cada vez mais as importações de bens alimentares.

Conforme este produtor, o volume de importações de produtos, como o trigo, arroz e milho, registou um aumento expressivo em 2022, comparativamente ao período anterior (2021). A título de exemplo, o trigo teve um aumento de 40%, o leite (54%) e frango (80%).

No seu entender, este aumento é cada vez expressivo porque o processo de importações de bens alimentares de Angola “não está a levar em consideração a produção nacional”, pois, quase todas semanas a sua agremiação recebe reclamações de produtores que não conseguem vender os seus bens. Para Wanderley Ribeiro, a produção nacional deve ter o seu lugar reservado (garantia de mercado) e as importações serem um complemento do deficit da produção local.

Já o director nacional da Indústria, César da Cruz, apontou a timidez do sector bancário e a falta de um seguro agrícola no país como outras condicionantes do aumento da produção nacional. Por outro lado, o administrador Executivo da AIPEX, José Gama, considerou os elevados custos de produção e concentração excessiva apenas na produção de alguns bens como factores que retardam o aumento do cultivo agrícola.

Sob o lema “Agro-indústria, a Reserva Estratégica Alimentar (REA) e as razões por que continuamos a depender de importações”, a V Conferência Economia & Mercado sobre agricultura contou com a participação de empresários, produtores, bancários, especialistas e representantes do Governo angolano.

Dividido em dois painéis, os participantes ao evento reflectiram em torno dos temas: “Investimento no agronegócio em Angola”, “Mapa da produção nacional e os pilares para a sustentabilidade alimentar” e “O Aviso 10 e o fomento da produção nacional”.

Bryce Cunningham, um produtor de leite escocês, proprietário de uma fazenda orgânica em Ayrshire (Escócia), lançou um produto lácteo para agregar valor ao leite de sua fazenda, que é um produto de ótima qualidade, sem aditivos, e é um exemplo de economia circular.

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