Durante o mês de agosto, o saldo da balança comercial de lácteos voltou a ficar mais negativo quando comparado com o mês anterior.
As exportações enfrentaram um novo recuo no mês de agosto.
As exportações enfrentaram um novo recuo no mês de agosto.

Segundo dados divulgados pela Secretaria de Comércio Exterior (SECEX), o saldo obtido no último mês chegou a -185,6 milhões de litros em equivalente-leite, uma queda de 11,1 milhões em relação a julho de 2023, como pode ser observado no gráfico 1.

Gráfico 1. Saldo mensal da balança comercial brasileira de lácteos – equivalente leite.

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Fonte: Elaborado pelo MilkPoint a partir dos dados do COMEXSTAT.

As exportações enfrentaram um novo recuo no mês de agosto. Com um total de 5,49 milhões de litros em equivalente-leite exportados, o último mês passou por uma variação de -5,1% em relação a julho/23, se tornando o terceiro menor volume mensal exportado em 2023, até o momento, como mostra o gráfico 2. Com isso, o resultado para os primeiros oito meses do ano ainda se encontra abaixo do observado no mesmo período em 2022, em -51,6%.

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Fonte: Elaborado pelo MilkPoint a partir dos dados do COMEXSTAT.

Já as importações, após registrarem uma queda em julho, voltaram a avançar no mês de agosto. Com uma alta mensal de 6,0%, o volume total importado foi de 191,0 milhões de litros em equivalente-leite, cerca de 10 milhões de litros a mais em relação a julho/23, como mostra o gráfico 3. Em relação a agosto/22 a alta registrada foi de 11%. Com este novo resultado, as importações dos primeiros oito meses de 2023 continuaram acima do observado no mesmo período de 2022, em +125%.

Gráfico 3. Importações em equivalente-leite.

Fonte: Elaborado pelo MilkPoint a partir dos dados do COMEXSTAT.

Assim como nos meses anteriores, o principal fator relacionado com esta nova alta nas importações é o preço. Com os preços internacionais em constante queda, os produtos importados seguem em maior competitividade em relação aos produtos nacionais, fazendo com que um alto volume de lácteos seja importado mesmo diante de um mercado que se mostra já abastecido para diversas categorias.

Sobre os principais produtos importados, o leite em pó integral, categoria de maior relevância, seguiu recuando, em cerca de 6%, porém, outras categorias importantes passaram por avanço no volume importado, como o leite em pó desnatado, os soros e os queijos, com variações mensais de +44%, +25% e +20%, respectivamente.

Apesar da menor relevância, a categoria de leites modificados também passou por um importante avanço nas importações do último mês, com um aumento de 33% em relação ao mês anterior.

Sobre as exportações, dentre as categorias de maior relevância, somente o creme de leite passou por avanço no mês de agosto, com um volume 61% superior sendo exportado, enquanto o leite UHT e o leite condensado recuaram, em 16% e 4%, respectivamente, em seus volumes exportados.

Outras categorias, de menor relevância, como “outros produtos lácteos” e manteiga, passaram por aumentos em seus volumes exportados, de 184% e 121%, respectivamente.

As tabelas 1 e 2 mostram as principais movimentações do comércio internacional de lácteos nos meses de agosto e julho deste ano.

Tabela 1. Balança comercial láctea em agosto de 2023

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Tabela 2. Balança comercial láctea em julho de 2023.

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Fonte: Elaborado pelo MilkPoint Mercado com base em dados COMEXSTAT.

O que podemos esperar para o próximo mês?

Apesar da contínua queda nos preços internacionais dos principais derivados lácteos, o mercado brasileiro já se encontra muito abastecido para diversas categorias, apresentando algumas dificuldades no escoamento dos produtos. Dessa forma, os compradores brasileiros têm diminuído a demanda pelos produtos importados, consequentemente, espera-se que as importações enfrentem um recuo no próximo mês, ficando abaixo do volume importado em setembro/22, porém, se mantendo ainda em um patamar elevado.

Do outro lado, com a queda nos preços internacionais, as exportações seguem pouco atrativas para o Brasil. (Milkpoint)

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