Queijo e Minas Gerais. Combinação perfeita! A sinergia é tanta que fez o estado ser reconhecido no país e no mundo pela produção da iguaria. Em Minas, existem diversos tipos de queijo, como o Minas Frescal, Padrão e Artesanais, mas apenas 10 regiões podem dizer que são produtoras do Queijo Minas Artesanal ou QMA, como é conhecido.
Mas afinal, o que é QMA? O selo de Queijo Minas Artesanal é dado para os queijos feitos com leite de vaca cru, sem pasteurização, com uso do pingo (fermento natural) e que costumam seguir os processos tradicionais de maturação, também conhecido na região como “queijo de tábua” ou queijo amarelo.
As regiões produtoras de Queijo Minas Artesanal são: Serro, Cerrado, Araxá, Triângulo Mineiro, Canastra, Campos das Vertentes, Diamantina, Serra da Ibitipoca, Serra do Salitre e Entre Serras da Piedade ao Caraça.
O QMA pode ser produzido legalmente em toda Minas Gerais, mas apenas os que são feitos nestes locais podem usar o nome na embalagem.
“O queijo Minas artesanal, o QMA, ele é uma marca daquilo que a gente chama de tradições alimentares. O que são essas tradições? Tradição significa, ao contrário do que muita gente pensa, transmissão no tempo. A tradição não significa permanência das coisas como eram antigamente. Permanecem valores, permanecem técnicas, permanecem formas, mas mudam muito instrumentos, conceitos, capacidades criativas e muda-se muito o terroir”, disse José Newton Coelho Meneses, professor da UFMG e doutor em história.
De acordo com o Governo de Minas, mais de 3,1 mil agroindústrias produzem Queijo Minas Artesanal em Minas Gerais. A produção estimada é de 21,8 mil toneladas por ano, o que representa 65,2% da produção dos queijos artesanais das agroindústrias familiares.
Conheça as regiões produtoras de QMA:
- Serro;
- Canastra;
- Cerrado;
- Araxá;
- Triângulo Mineiro;
- Campo das Vertentes;
- Serra do Salitre,
- Serras da Ibitipoca;
- Diamantina;
- Entre Serras da Piedade ao Caraça
Serro
A região do Serro é composto pelos municípios Alvorada de Minas, Coluna, Conceição do Mato Dentro, Dom Joaquim, Materlândia, Paulistas, Rio Vermelho, Sabinópolis, Santo Antônio do Itambé, Serra Azul de Minas e Serro.
Povoada a partir de 1700, a região é considerada a porta de entrada do queijo em Minas Gerais. O local começou a ser povoado pelos bandeirantes, que estavam em busca de ouro.
“Conta-se que em 1704, aliás a gente tem registros disso, que em 1704 um senhor trouxe da Bahia algumas cabeças de gado pra essa região. Esse gado foi sendo assim cuidado aqui e tinha que se negociar a sobra do que esse animal produzia, né? Uma fartura, uma abundância de leite. Daí surgiu o queijo. […] Provavelmente tinha alguém que conhecia essa técnica de produção de lá, que foi adaptada aqui na região de Vituruí, na Vila do Príncipe”, contou.
Em 2002, o Queijo do Serro se tornou Patrimônio Imaterial de Minas Gerais. Em 2008, o produto também foi declarado Patrimônio Cultural do Brasil pelo Iphan.
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