Segundo item de maior participação nos custos de produção da pecuária leiteira, a mão de obra necessita de investimentos para potencializar a rentabilidade das propriedades, de acordo com o último relatório sobre o setor divulgado pelo Cepea CEPEA (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada Departamento de Economia, Administração e Sociologia da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz – Esalq), da Universidade de São Paulo (USP).
“A capacitação da mão de obra é um fator indispensável para que se atinja eficiência na atividade leiteira, potencializando a rentabilidade”, destaca o relatório, divulgado neste mês. Para tanto, o produtor pode contar com as iniciativas do Senar, presenciais ou a distância, para qualificação e aprimoramento técnico.
O Cepea assinala que a mão de obra é um fator de grande influência nas margens da pecuária de leite, o que requer atenção permanente do produtor. “A grande competição entre as atividades no campo exige que o produtor de leite realize um gerenciamento técnico e financeiro da produção, buscando eficiência, que se traduz na potencialização da rentabilidade”, ressalta o relatório.
Na perspectiva técnica, acrescenta o relatório, o referencial de eficiência para produtividade é de, no mínimo, 300 litros/homem/dia. “Considerando-se as propriedades do projeto Campo Futuro que contam com mão de obra familiar, a média de produtividade é de 166 litros/homem/dia, sendo que apenas 20% das propriedades atingem a recomendação técnica. Já nas propriedades com mão de obra formal contratada, em média, a produtividade é de 245 litros/homem/dia. Dessa maneira, somente 22% dessas propriedades atingem as recomendações de produtividade.”
De acordo com o Cepea, esses dados apontam que, em geral, as propriedades leiteiras necessitam fazer ajustes para intensificar a eficiência da mão de obra. “A qualificação dos colaboradores está diretamente relacionada à melhora dos resultados, visto que está ligada ao aumento da produção de leite. Do ponto de vista técnico, o aumento de produção, em decorrência da capacitação, elevaria a produtividade por colaborador. No aspecto econômico, o aumento da renda da atividade diluiria o comprometimento da receita bruta com mão de obra, aproximando-o do coeficiente das propriedades eficientes”.