Confiança da indústria – O Índice de Confiança da Indústria (ICI) da Fundação Getulio Vargas avançou 3,2 pontos em maio, ao passar de 58,2 pontos (mínimo da série) para 61,4 pontos, o segundo menor valor da série.
Esse resultado representa recuperação de apenas 7,4% da perda de 43,2 pontos observada entre fevereiro e abril desse ano.
“A Sondagem da Indústria de maio sinaliza acomodação da situação atual em níveis muito baixos e alguma calibragem das expectativas para os próximos meses. Apesar da evolução relativamente favorável de indicadores como os de estoque, NUCI e produção prevista, ainda é cedo para concluirmos se o pior momento da crise ficou para trás. Para os próximos meses, o elevado nível de incerteza e de pessimismo em relação ao futuro podem colocar em xeque uma recuperação mais consistente da confiança”, comenta Renata de Mello Franco, economista do FGV IBRE.
Em maio, dez dos 19 segmentos industriais pesquisados apresentaram aumento da confiança. O resultado desse mês é atribuído à leve melhora da percepção dos empresários em relação ao momento presente e, principalmente, à reavaliação das expectativas para os próximos três e seis meses. O Índice de Expectativas subiu 5,3 pontos, para 54,9 pontos. Já o Índice de Situação Atual cresceu apenas 1,2 ponto, para 68,6 pontos. Ambos são o segundo menor valor de suas respectivas séries históricas.
A maior contribuição para o IE neste mês veio da melhora das expectativas dos empresários sobre a produção nos próximos três meses. Após apresentar queda acumulada de 68,0 pontos entre abril e janeiro desse ano, o indicador de produção prevista recuperou 12,3 pontos, saindo de 34,6 pontos para 46,9 pontos. Houve queda da proporção de empresas prevendo nível de produção menor para os três meses seguintes (de 71,6% para 63,9%) e aumento do percentual de empresas esperando nível maior (de 6,5% para 13,5%). Os indicadores de emprego previsto e tendência dos negócios subiram 0,8 ponto e 2,4 pontos, respectivamente.
Em relação ao ISA, o fraco desempenho do índice resulta da combinação de melhores níveis de estoques, da estabilidade do grau de satisfação dos empresários com a situação atual dos negócios e de piora da avaliação sobre a demanda atual. O Indicador de estoques cresceu 5,7 pontos, para 81,9 pontos, enquanto o indicador de situação atual dos negócios ficou relativamente estável, variando de 64,2 pontos para 64,7 pontos. Por sua vez, o indicador de demanda total atual caiu 2,7 pontos, para 62,2 pontos, o menor valor da série histórica.
O Nível de Utilização da Capacidade instalada teve acréscimo de 3,0 pontos percentuais, de 57,3% (mínimo da série histórica) para 60,3% (segundo menor valor da série histórica).