O Conseleite MG divulgou a projeção do valor de referência do leite entregue em dezembro de 2025, com pagamento previsto para janeiro de 2026, reforçando seu papel como principal balizador técnico da remuneração da matéria-prima no estado de Minas Gerais.
A definição foi aprovada pela diretoria do conselho em reunião realizada no dia 26 de dezembro de 2025, conforme os dispositivos previstos em seu estatuto.
Segundo informou o próprio Conseleite MG, a deliberação seguiu os critérios estabelecidos no artigo 15 do Estatuto, inciso I, e respeitou integralmente a metodologia oficial do conselho, que considera os preços médios praticados pelas indústrias participantes, bem como o mix de comercialização dos principais derivados lácteos no período analisado.
A resolução aprovada contempla três projeções distintas de valores de referência. A primeira refere-se ao leite entregue em outubro de 2025, com pagamento ocorrido em novembro do mesmo ano. A segunda diz respeito ao leite entregue em novembro de 2025, pago em dezembro. Já a terceira e mais aguardada pelo mercado corresponde ao leite entregue em dezembro de 2025, cujo pagamento está programado para janeiro de 2026.
Em cada um desses períodos, o Conseleite MG projetou quatro faixas de remuneração: o maior valor de referência, o valor médio de referência, o valor base de referência e o menor valor de referência. Embora os números específicos não tenham sido detalhados no comunicado resumido, o conselho reforçou que os indicadores refletem fielmente o comportamento do mercado lácteo mineiro no intervalo considerado.
Os períodos de apuração utilizados para o cálculo seguem o padrão adotado pelo conselho. Para o mês de outubro de 2025, foram considerados os dados de 1º a 31 de outubro. No caso de novembro, a apuração compreendeu o intervalo de 1º a 30 de novembro de 2025. Já para dezembro, a projeção foi elaborada com base em dados parciais, coletados entre 1º e 20 de dezembro de 2025.
O Conseleite MG destacou que os valores de referência divulgados se aplicam exclusivamente ao chamado “leite base”, conceito técnico que estabelece parâmetros mínimos de qualidade e produtividade. Esse leite padrão considera teor de gordura de 3,30%, proteína de 3,10%, contagem de células somáticas de até 400 mil por mililitro, contagem bacteriana de até 100 mil unidades formadoras de colônia por mililitro e produção individual diária limitada a 160 litros por produtor.
Outro ponto relevante enfatizado pelo conselho é que os valores projetados são calculados na condição “posto propriedade”, já incluindo a incidência de 1,5% referente ao Funrural. Essa padronização busca garantir maior transparência e comparabilidade entre produtores, indústrias e demais agentes da cadeia láctea.
Na prática, a divulgação das projeções do Conseleite MG funciona como uma importante ferramenta de previsibilidade para o setor. Produtores utilizam os dados como referência para planejamento financeiro e tomada de decisão, enquanto as indústrias encontram no indicador um parâmetro técnico para negociação e gestão de custos.
Em um cenário de volatilidade nos preços dos derivados lácteos e de pressão sobre as margens de produção, a atuação do Conseleite ganha ainda mais relevância. Ao consolidar informações de mercado e traduzi-las em indicadores objetivos, o conselho contribui para reduzir assimetrias de informação e promover maior equilíbrio nas relações comerciais do setor.
Com a projeção para janeiro de 2026, o Conseleite MG encerra o ano reafirmando seu compromisso com a transparência metodológica e com a construção de referências técnicas confiáveis para a cadeia do leite em Minas Gerais, estado que segue como o maior produtor de leite do Brasil.
