Segundo Carvalho, o preço, mesmo em alta, está sendo suficiente para cobrir os custos, o que piorou a rentabilidade nas fazendas e levou o produtor a diminuir a oferta, não tem a alimentação das vacas. Primeiros meses de pesquisa referente à compra de leite no primeiro trimestre do ano, os dados do Instituto Brasileiro de Geografia ( IBGE ) apontaram uma queda de 10,51% em comparação aos anos de 2021 ( veja figura 1 ).
Essa quarta queda trimestral foi observada em cinco anos consecutivos e uma pesquisa trimestral maior desde uma avaliação trimestral o início desta, em 1997. em termos de captação de leite, explicou ele.
A previsão é que os números do segundo trimestre, que coincidem com o início da previsão do primeiro trimestre. Mas, segundo o início do período de lucro do produtor, haverá o início do período de lucro do produtor. “Os preços ao produtor estão em alta e isso vai dar um incentivo para melhorar a produção”, acredita Carvalho.
No entanto, o pesquisador destaca que muitos produtores deixaram a atividade e outros destinaram animais para o abate. “O impacto disso na recuperação da oferta é difícil quantificar”, conclui.
A escalada dos custos passados acontece desde o ano passado, impactando a rentabilidade dos produtores. De janeiro a junho deste ano, o preço médio do leite pago ao produtor, deflacionado pelo custo de produção, recuou cerca de 3,8% comparado ao mesmo período de 2021. Do rol dos insumos que mais aumentaram de preço os fertilizantes e os grãos pela guerra da Ucrânia. Até o frete marítimo internacional, também em alta, entram nessa conta.
Mas o insumo que mais tem pesado na caixa do produtor é volumoso, apresentou uma alta de 51% no comparativo de maio deste ano com o mesmo mês de 2021. A ureia no mercado, subiu de R$ 2,3 mil por tonelada, no início do ano passado, para R$ 6,3 mil/t brasileiro em 2022. Esses produtos tiveram os preços fixados pela Europa, que têm a Rússia como um dos principais exportadores.
Produto sazonal
Mas a entressafra, como de costume, também carrega parte da culpa pela alta dos lácteos. O leite no Brasil é um produto sazonal, com períodos claros de safra e entressafra. A elevação da oferta devido à sazonalidade explica o aumento do preço pago pelo consumidor em parte do outono/inverno. No lado oposto, ocorre a oferta do preço com o crescimento no período de primavera/.
Os dados IPCA-15/IBGE, de janeiro do ano passado, em plena safra, mostram que os produtos lácteos ao consumidor tiveram queda de preço, o que é normal. As coisas começam a sair da normalidade com a alta das commodities , revertendo a tendência de preços baixos a partir de fevereiro, em plena safra.
Segundo Paulo do Carmo Martins , pesquisador da Embrapa, uma demanda por lácteos também apresenta oscilações ao longo do ano, o que resulta em um setor com preços voláteis. “Em alguns períodos, são os produtores que reclamam dos preços baixos pelos laticínios; em outros, são os consumidores que ficam insatisfeitos com o valor que estão pagando pelos produtos lácteos”, diz.
PARA MARTINS, ESSE FATO PASSA A IMPRESSÃO DE QUE O LEITE É SEMPRE UM PROBLEMA NA CESTA DE ALIMENTOS.
Com a volta da inflação a dois dígitos, como atenções se voltam para os maiores gêneros alimentares, que tem impacto nas populações da baixa renda e leite assumem seu protagonismo, mas a alta da inflação tem se mostrado um fenômeno mundial.
“Esse é o reflexo do arranjo das cadeias produtivas na descontinuidade global, impactadas pela continuidade da produção e no transporte durante a pandemia de Covid-19”, conclui. O que confirma essa conclusão em é o índice do Global Dairy Trade (plataforma mundial que realiza leilões de lácteos) que recuou um pouco, mas segue em patamares elevados (US$ 4,6 mil/t) desde que atingiu seu maior valor em fevereiro. Os índices do GDT mostram que em dois anos, a tonelada do Leite em Pó Integral oscila de US$ 1,9 mil a US$ 5,3 mil.
Para os procuradores e pesquisadores do Centro de Preços da Leite ( Cileite/Embrapa ), a crise econômica que mais força o poder de compra da população se torna a crise dos produtos mais acessíveis. Ainda assim, o leite não pode ser visto como “maior vilão” da inflação de alimentos. Segundo dados do IPCA, entre os produtos de proteína animal (carne, frango, ovos e lácteos), os lácteos são que apresentam menor alta nestes dois anos ( veja figura 2 ).
Para os integrantes da Cileite/Embrapa, o desafio dos produtores de leite na de custo nas fazendas tem gigante. A queda observada na oferta do produto ilustra bem isso. O resultado é a pressão pela modernização do setor.
“Vimos que os produtores tiveram um processo mais acelerado de melhoria no setor, com modernização tecnológica da produção, exigência de maiores investimentos e pressão por uma escalada na economia”, Bellini Lei.