Somente no primeiro semestre a produção de leite em Mato Grosso recuou quase 25% em relação a 2021.
custos

Os custos elevados e o baixo incentivo na pecuária leiteira em Mato Grosso estão desestimulando os produtores. Em Dom Aquino, onde a atividade é uma das bases econômicas, o reflexo aparece na captação de leite, que somente no ano passado recuou 12%.

A produção de leite em Mato Grosso vem encolhendo ano a ano. No primeiro semestre a retração foi quase 25% na comparação com o período em 2021, segundo o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária.

A queda, pontuam produtores, é retrato das dificuldades enfrentadas no campo com os altos custos. Conforme eles, a situação fica ainda mais crítica durante a seca, quando as pastagens ficam castigadas.

“Nós sofremos bastante nos último dois anos, por conta da falta de chuva. O período de estiagem foi prolongado, tivemos dois consecutivos com períodos de queimadas sérios aqui no município de Dom Aquino e com isso vieram os problemas posteriores, que são os problemas da produtividade das pastagens, da alimentação para os bovinos”, explica o presidente do Sindicato Rural, Wildon Cardoso de Souza.

Preço do leite segundo Deral

Segundo o presidente do Sindicato Rural, o ano de 2022 está ainda mais crítico para o setor. “Nós tivemos uma saída muito grande de produtores de dentro da nossa bacia aqui do município”.

Falta de incentivos afeta produção de leite

Em 2021 foram produzidos no município de Dom Aquino 8,2 milhões de litros de leite. Conforme o Sindicato Rural, o volume 12,5% menos que no ano anterior. A falta de incentivos na atividade é apontada como mais um reflexo para a redução na produção.

“Normalmente eles começam a vender animal, um animal, dois animais para suportar a capacidade de apascentamento da pastagem. Quando o produtor vê, ele já não tem mais força para reagir e isso ele acaba saindo da atividade”, diz Souza.

O presidente do Sindicato Rural pontua que o aumento visto no valor do litro do leite pago ao produtor não foi suficiente para ajudar a atividade. “No entanto os preços dos custos dos insumos e, em alguns locais mesmo com os preços do leite muito bom, essa balança que já não era equilibrada, potencializou esse desequilíbrio. Eles não estão fechando a conta para o produtor”.

Produtores buscam alternativas para reduzir custos

Thiago Fernando Miranda revela que uma alternativa encontrada para aliviar o bolso, e garantir o alimento do rebanho leiteiro durante a seca, foi destinar cinco hectares da propriedade para o cultivo de milho. A estratégia tem ajudado a manter a produção de leite em cerca de 500 litros por dia.

“Eu faço um sopão de manhã e à tarde, ração a base de milho, farelo de soja, torta de algodão e núcleo. O produtor tem que plantar o milho e colher a silagem, porque se for para comprar também fica complicado, o custo dobra. Eu estava plantando só uma vez essa área, mas esse ano eu vou plantar ela duas vezes para futuramente tratar do gado o ano inteiro na silagem. Vale a pena”, comenta Miranda.

cultivo de capineira, semeada na época das águas, foi a alternativa encontrada pelo produtor Geovani Rodrigues de Souza.

“Ela bem adubada, bem corrigida, produz numa faixa até de 200 toneladas por hectare. No período de corte, seca, 60 dias, 70 dias você já pode cortar para o gado. É um capim excelente. É o que está salvando a alimentação do meu rebanho. Um custo barato. Hoje milho está inviável. Se deixar só pelo pasto hoje o gado morre de fome”, comenta Geovani.

Consumidores brasileiros têm se surpreendido com a alteração do nome do queijo nas embalagens. Essa mudança foi definida em um acordo entre União Europeia e Mercosul.

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