No cenário atual da produção de alimentos, o desperdício é um desafio colossal. Um dos subprodutos mais desperdiçados é o soro de leite, resultante da produção de queijos e outros derivados lácteos. Este subproduto, muitas vezes visto como um problema ambiental, está sendo transformado por inovadores do setor de bebidas em soluções sustentáveis e lucrativas.
A transformação do soro de leite de um subproduto desperdiçado em uma valiosa matéria-prima é um exemplo inspirador de inovação e sustentabilidade.
A transformação do soro de leite de um subproduto desperdiçado em uma valiosa matéria-prima é um exemplo inspirador de inovação e sustentabilidade.

A cada ano, a indústria de laticínios produz milhões de toneladas de soro de leite. Tradicionalmente, a eliminação desse subproduto envolvia altos custos e impactos ambientais negativos.

Estima-se que a cada 10 litros de leite utilizados na produção de queijo, aproximadamente 9 litros se transformam em soro de leite. No entanto, a visão está mudando à medida que novas tecnologias e abordagens de mercado surgem, transformando o soro em ingredientes valiosos para uma variedade de produtos.

Empresas inovadoras estão liderando o caminho na reutilização do soro de leite. Um exemplo notável é a Wheyward Spirit, uma destilaria em Oregon, EUA, que transforma soro de leite em bebidas alcoólicas premium.

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Este processo não apenas reduz o desperdício, mas também cria um produto de valor agregado que está ganhando popularidade no mercado. A Wheyward Spirit foi fundada por Emily Darchuk, que combina sua paixão por sustentabilidade com experiência em ciência de alimentos.

Outra iniciativa notável é a da empresa norueguesa TINE, que transforma soro de leite em um produto chamado NIRAS, utilizado como um adoçante natural em alimentos e bebidas. A empresa reporta que a reutilização do soro de leite não só ajuda a reduzir o desperdício, mas também gera receitas adicionais significativas.

A transformação do soro de leite envolve várias etapas técnicas. Primeiro, o soro é filtrado para remover impurezas. Em seguida, passa por processos de fermentação e destilação para produzir álcool de alta qualidade.

Este álcool pode ser utilizado em uma variedade de produtos, desde bebidas destiladas até ingredientes para alimentos. Por exemplo, a Wheyward Spirit usa um método de destilação que resulta em um produto final com 40% de teor alcoólico, vendido a aproximadamente US$30 por garrafa.

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A reutilização do soro de leite tem um impacto positivo significativo tanto no meio ambiente quanto na economia. Reduz a carga sobre os sistemas de gestão de resíduos e diminui as emissões de gases de efeito estufa. Além disso, cria novas oportunidades de receita para os produtores de laticínios e empresas de bebidas.

A TINE, por exemplo, conseguiu reduzir seus custos de descarte de resíduos em 30% e aumentou suas receitas em 15% graças à venda de NIRAS.

Apesar dos avanços, ainda existem desafios a serem superados. A aceitação do mercado é um fator crucial, assim como a necessidade de investimentos contínuos em pesquisa e desenvolvimento.

Por exemplo, o custo inicial de implementação de tecnologias de transformação de soro de leite pode ser elevado, variando entre US$500.000 a US$1.000.000, dependendo da escala e da complexidade do sistema.

No entanto, as perspectivas são promissoras, com uma crescente conscientização sobre a importância da sustentabilidade e do desperdício zero. Especialistas como o Dr. John Lucey, da Universidade de Wisconsin-Madison, destacam que a reutilização do soro de leite pode se tornar uma prática padrão na indústria de laticínios nos próximos anos.

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A transformação do soro de leite de um subproduto desperdiçado em uma valiosa matéria-prima é um exemplo inspirador de inovação e sustentabilidade. Com a liderança de empresas como a Wheyward Spirit e TINE, a indústria de alimentos e bebidas está dando um passo importante em direção a um futuro mais sustentável e eficiente.

Ao reduzir o desperdício e criar novos produtos de valor, estamos não apenas protegendo o meio ambiente, mas também impulsionando o crescimento econômico e a inovação.

 

Com informações da Critical Drinking

A partir de segunda-feira, 18 de novembro, agricultores se mobilizam contra o acordo de livre-comércio entre a Europa e cinco países da América Latina, rejeitado pela França. François-Xavier Huard, CEO da Federação Nacional da Indústria de Laticínios (FNIL), explica a Capital as razões pelas quais o projeto enfrenta obstáculos.

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