O trabalho da cadeia leiteira em 2023 foi desafiador, tendo em vista a desvalorização do seu trabalho e do seu produto. Alguns produtores, inclusive, ganharam muito abaixo do esperado, o que causou dificuldades em relação ao custo na produção e consequentemente, algumas desistências.
“Tivemos casos em que o produtor estava recebendo bem menos do que R$ 2 reais por litro. Essa situação é inviável, especialmente pelos custos altíssimos. Com isso, os impactados sofridos pela atividade é refletido nas políticas governamentais, principalmente no que se refere a importação de leite”, revelou Júlio Groth, integrante do departamento veterinário da Cotrijal.
Desde os anos 80, quando se iniciou a atividade leiteira, Júlio afirmou que havia pelo menos 500 produtores e hoje, são menos de 100. “A quantidade de produtores de leite diminuiu, porém, a quantidade de leite permanece a mesma, pois quem ficou na atividade quer ser maior. Atualmente, a atividade que mais responde em hectares é o leite”.
Júlio destacou, ainda, que o produtor não pode pensar em produzir o leite apenas para a subsistência da propriedade. “Quem trabalha na atividade tem que administrar a sua produção para ter dinheiro, pensando sempre em aumentar a quantidade de litro por dia. É essencial encarar a atividade como algo rentável para fazer com que se mantenha a continuidade rural”, finalizou.