O governo de Santa Catarina encaminhará à Alesc (Assembleia Legislativa de Santa Catarina), nesta segunda-feira (11), o projeto de lei que trata da redução das alíquotas de ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) sobre leite e farinha.

Reunião entre Abrasel/SC e Casa Civil para discutir o tema deve ocorrer na tarde desta segunda (11), em Florianópolis

Preço do leite deve cair em SC – Foto: Freepir/Divulgação/NDPreço do leite deve cair em SC – Foto: Freepir/Divulgação/ND

A alteração da alíquota do leite está entre os vetos parciais do governador Carlos Moisés (Republicanos) ao projeto de lei 449/2021, que altera cinco leis de natureza tributárias.

Desde o dia 1º deste mês, o item deixou a lista de consumo popular e passou ter a cobrança do imposto de 7% para 17%. Com o novo projeto, a intenção é incluir novamente o produto na cesta básica.

Em dezembro de 2021, a Abrasel enviou um requerimento ao deputado Milton Hobus (PSD), que desenvolveu o projeto de lei 449/21 equiparando a alíquota de ICMS de SC com a do Paraná, reduzindo a carga efetiva para 3,2%, tanto para alimentos quanto para bebidas.

O presidente da instituição, Raphael Dabdab, confirmou que terá uma reunião com a Secretaria de Estado da Casal Civil às 16h desta segunda.

Posição do sindicato

A decisão de recolocar o leite como produto de consumo popular, e retornar a alíquota de ICMS para 7%, não agradou os representantes da indústria leiteira. Eles voltaram a sustentar a derrubada do veto do governador e veem como benéfico aumentar a carga tributária para 17%, o que segundo a entidade não elevaria o preço ao consumidor.

O Sindileite argumenta que o varejo se credita 17% e paga 17% na venda ao consumidor, ou seja, zero de saldo. Se a indústria vender a 7% para o varejo, ele se credita e tributa na mesma porcentagem.

Segundo o sindicato, o veto alterou a alíquota de 17% para 12% para a indústria. Ou seja, as empresas produtoras venderam aos supermercados com alíquota de 12%, que venderá ao consumidor a 17%. Assim, o varejo, para recompor a margem, venderá mais caro por causa de 5% de diferença.

Benefício fiscal para 2023

Na reunião na Alesc foi proposta a formação de um grupo de trabalho, integrado por técnicos da Fazenda, deputados e representante da indústria leiteira. O objetivo é discutir o benefício fiscal para o setor. Por 2022 ser um ano eleitoral o incentivo só poderá ser concedido no próximo ano.

“Conversamos com a indústria mostrando para eles que a gente tem uma situação difícil no momento. Aportar um novo projeto aqui ficou com algumas questões que a indústria gostaria de ter e não vai ter”, disse o presidente da Alesc, Moacir Sopelsa (MDB), que pediu ao setor leiteiro um apoio para reverter essa situação e o leite UHT volte para os itens da cesta básica.

Alíquota maior impactou no bolso do consumidor

A secretária adjunta de Estado da Fazenda, Michele Roncalio, que está de forma interina à frente da SEF, reforçou que diferente do que vem sustentando a indústria leiteira, a retirada do produto da cesta básica impactou no bolso do consumidor. O efeito foi refletido nos supermercados em Florianópolis onde o litro saía na semana passada por uma média de R$ 3,85 e saltou para um preço médio R$ 4,75.

“Não deixamos de reconhecer que a indústria precisa melhorar sua concorrência. Existe uma incumbência do governador de conversarmos e buscarmos uma solução para esse projeto, que nasceu para resolver essa questão que impactou direto no consumidor final”, comentou ela.

Bryce Cunningham, um produtor de leite escocês, proprietário de uma fazenda orgânica em Ayrshire (Escócia), lançou um produto lácteo para agregar valor ao leite de sua fazenda, que é um produto de ótima qualidade, sem aditivos, e é um exemplo de economia circular.

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