Com os avanços da biologia sintética, empresas entram na corrida para criar um produto que tenha exatamente o mesmo sabor do leite de vaca

Na onda dos alimentos sintéticos que não causam mal aos animais, a nova estrela é o leite. São muitos os empreendedores e pesquisadores em busca de um leite perfeito, mas que use apenas substâncias sintéticas. Embora já existam muitas opções alternativas, como leite feito de soja, amêndoas, aveia, arroz, cânhamo, coco, castanha de caju e plantas de ervilha, ninguém chegou a uma fórmula que imite com eficiência o sabor do leite original.

Para Inja Radman, bióloga molecular e fundadora da empresa de alimentos New Culture, o sabor do laticínio vegetal é totalmente diferente — e ruim. “O queijo vegano não é saboroso, por exemplo. Há um motivo para isso: ele não tem as proteínas necessárias”, disse em entrevista ao New York Times.

Pensando nisso, os pesquisadores iniciaram a produção de uma espécie de “proteína artificial”. O processo é parecido ao usado pela Impossible Foods para criar hambúrgueres sem carne. Micróbios recebem instruções genéticas para serem capazes de produzir as proteínas. Depois são cultivados em massa, com adição de nutrientes e temperatura ajustada para a sua proliferação. Eventualmente porduzem grande quantidade de proteínas, que são isoladas e adicionadas a diversas receitas.

A New Culture se concentrou na produção de caseína – item capaz de deixar a mussarela com a textura elástica – e pediu a opinião dos consumidores. Inja disse que a marca fez testes às cegas (as pessoas não sabiam qual era o tipo de produto) e as pessoas aprovaram.  “O resultado foi positivo”, diz.

No futuro, a empresa pretende ampliar a produção e vender diretamente para os próprios fabricantes de sorvetes, de queijos e restaurantes. Além disso, se associou a Archer Daniels Midland (companhia de agricultura) para conseguir atender a demanda do mercado e reduzir o custo de produção própria.

“As pessoas estão percebendo que não precisam depender de vacas para o leite”, disse Cheryl Mitchell, chefe de pesquisa e desenvolvimento da Elmhurst.

 

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