Medida tributária do governo federal entrará em vigor em janeiro, assim muitas empresas anteciparam as suas compras para fugir da desvantagem lá na frente.
empresa
Empresas que quiserem aproveitar crédito presumido não poderão usar leite em pó — Foto: Globo Rural

A medida tributária do governo federal para frear as importações de lácteos fez mais mal do que bem ao produtor brasileiro, avalia Valter Galan, sócio da Milkpoint. O ritmo das compras internacionais deveria ter caído neste trimestre, mas se manteve firme após o anúncio da medida.

“Em função dessa medida, muitas empresas anteciparam as suas compras para fugir da desvantagem lá na frente. No curtíssimo prazo, [a medida] foi até pior para o setor”, afirma.

Por decreto, o governo estabeleceu que agroindústrias, cooperativas e laticínios que querem ter direito ao aproveitamento de 50% do crédito presumido dos impostos federais precisam estar habilitados no Programa Mais Leite Saudável (PMLS) do Ministério da Agricultura. Além disso, essas empresas não poderão fabricar produtos a partir do leite em pó, que é a maior parte do leite importado.

A medida, que entra em vigor em meados de janeiro, terá pouco efeito prático, avalia o diretor da Lactalis do Brasil, Guilherme Portella, que também preside o Sindicato da Indústria de Laticínios do RS (Sindilat/RS). Segundo ele, quem importa o leite em pó não são os laticínios.

“Mais de 80% do volume vai para indústrias de chocolate, panificadoras e empresas de sorvete, que antes compravam o leite em pó da indústria brasileira”, afirma. Portella acrescenta que a decisão também vai prejudicar os pequenos laticínios que importam pequenos volumes de leite em pó para aproveitar oportunidades de mercado.

“O governo federal não conversou com a indústria no primeiro momento. Agora, tem nos procurado e está tentando encontrar alternativas para agregar competitividade ao mercado nacional”, afirma.

O presidente do Sindilat/RS defende a ampliação do PMLS, que seria um caminho para aumentar a competitividade do produtor de leite brasileiro. Ele observa que a produtividade média no Brasil é de 2,6 mil litros por vaca ao ano, enquanto na Argentina chega a quase 7,6 mil litros. “A gente precisa achar formas de ser competitivo com o mercado internacional. Assim, eles não conseguirão exportar leite para o Brasil”, reforça.

A formação de estoques públicos para garantir acesso dos produtores ao milho com preços adequados também seria uma boa estratégia, diz Portella. Ele defende ainda compras públicas para reduzir excedentes durante o período da safra. “O Brasil tem espaço para uma política pública que forneça leite para a população carente”, afirma.

 

 

 

ACEDA AOS NOSSOS MELHORES ARTIGOS 👉 DESTAQUES eDayryNews 🇧🇷🐮🥛✨

 

mkt

 

 

Bryce Cunningham, um produtor de leite escocês, proprietário de uma fazenda orgânica em Ayrshire (Escócia), lançou um produto lácteo para agregar valor ao leite de sua fazenda, que é um produto de ótima qualidade, sem aditivos, e é um exemplo de economia circular.

Você pode estar interessado em

Notas
Relacionadas

Mais Lidos

Destaques

Súmate a

Siga-nos

ASSINE NOSSO NEWSLETTER