Segundo o gerente de Projetos da Aprocam, Igor Freitas, a intenção da escola é difundir o conhecimento de queijo para os produtores da Canastra e de todo o Brasil. Ainda conforme ele, o local irá funcionar também como um centro de pesquisas para identificação dos queijos que é produzido na região da Canastra.
“Teremos cursos rápidos de um dia, e cursos mais extensos de acordo com cada tema ensinado. Vamos ter cursos direcionados aos produtores e também para quem está iniciando o trabalho com queijo. Nossa intenção é atendemos todas as pessoas que se interessarem aprender o processo do queijo, que vai desde a fabricação até a comercialização”, afirmou Freitas.
O projeto é o resultado de uma parceria entre a Associação, a Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf) e a Prefeitura de São Roque de Minas. A Apocam será a gestora da escola.
“A proposta foi idealizada pelo presidente da Aprocam, João Carlos Leite, porque queremos trazer um conhecimento que não tem aqui no Brasil. Sabemos que os produtores rurais têm o conhecimento do saber fazer, mas sempre que aparece algum problema na produção do queijo ficamos meio perdidos, não sabemos como corrigir e nem sabemos a causa do problema. Então, esse Centro de Ensino e Pesquisa é justamente para nos ajudar nisso”, comentou Freitas.
O valor total da obra está orçado em R$1 milhão. Os recursos, segundo Freitas, vem da Associação, de emendas parlamentares e outros parceiros da entidade.
De acordo com gerente de Projetos da Aprocam, a grade de cursos ainda será estruturada. Mas ele já adiantou ao G1 que a Associação está fechando parceria com uma professora francesa que vai passar um ano ensinando na Canastra. A escola também pretende firmar convênios na França e no Brasil.
A relação do município de São Roque de Minas com a França já ocorre há algum tempo. No inicio de 2019, a Aprocan divulgou que aderiu a uma etiqueta de origem francesa, para colocar nos laticínios, com o objetivo de combater a falsificação do queijo Canastra tradicional.
“Atualmente os nossos queijos são consumidos por Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro. Percebemos uma movimentação de outros estados procurando os nossos queijos. Temos alguns parceiros em Santa Catarina, Mato Grosso do Sul, e outros no Nordeste. Vemos que essa movimentação ainda é pequena, mas tem mostrado crescimento”, concluiu o Freitas.
O queijo “Instância Capim Canastra”, produzido em São Roque de Minas, conquistou em 2015 o segundo lugar em um dos principais concursos de queijos do mundo, realizado na França. O Mondial du Fromage de Tours. O produto foi o primeiro brasileiro a conquistar medalha no torneio.
A categoria que premiou o alimento foi “massa prensada não cozida de leite cru de vaca”, onde concorreram mais de 600 queijos de 23 países.