A conversa sobre deportações em massa provocou um amplo debate em vários setores da economia dos EUA.
Jenni Tilton-Flood, uma dedicada produtora de laticínios do Maine, expressa veementemente sua oposição a essas medidas.
Não se trata apenas da fazenda da minha família e de nossas empresas agrícolas nos Estados Unidos. Trata-se de estabilidade econômica, de segurança alimentar, de segurança nacional e do futuro dos Estados Unidos”.
O coração de uma fazenda de gado leiteiro
Na Flood Brothers Farm, LLC, localizada em Clinton, Maine, Jenni e sua família ordenham 1.700 vacas. A realidade da imigração os afeta diretamente, assim como a grande parte da comunidade leiteira do Maine, que é formada principalmente por fazendas de pequeno e médio porte.
Os especialistas alertaram que a implementação do plano de deportação em massa proposto pelo presidente eleito Trump poderia reduzir drasticamente a força de trabalho agrícola dos EUA em quase 50%, representando uma séria ameaça ao setor de laticínios e a outros setores.
Um relatório da Federação Nacional dos Produtores de Leite (NMPF) revela que os trabalhadores imigrantes representam 51% de toda a força de trabalho do setor de laticínios. Além disso, os laticínios que empregam trabalhadores imigrantes produzem impressionantes 79% do suprimento de leite dos EUA.
O Dr. Robert Hagevoort, da New Mexico State University, falando nas reuniões anuais do Dairy Cattle Reproduction Council (DCRC) na semana passada em Arlington, Texas, diz acreditar que a porcentagem real pode ser ainda maior, já que o relatório do NMPF data de 2015.
“O tamanho do rebanho leiteiro cresceu consideravelmente, assim como o número de funcionários na fazenda”, diz ele.
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Uma força de trabalho confiável
As fazendas leiteiras familiares, como a de Tilton-Flood, dependem de trabalhadores dos Estados Unidos e do exterior para garantir que possam abastecer os consumidores em todo o mundo. A Tilton-Flood compartilha que está ansiosa para trabalhar com o novo governo para melhorar a segurança nacional por meio do trabalho dos agricultores. Isso significa produzir nutrição sustentável e garantir a proteção e o crescimento de sua força de trabalho diversificada, tanto de parceiros novos quanto de antigos.
A NMPF defende a reforma do trabalho agrícola para conceder status legal permanente aos trabalhadores atuais e suas famílias, ao mesmo tempo em que fornece aos produtores de laticínios acesso a um programa viável de trabalhadores convidados.
A necessidade de uma reforma legislativa
Os produtores de laticínios enfrentam constantemente uma escassez de trabalhadores domésticos semelhante aos desafios enfrentados em todo o setor agrícola. Infelizmente, as políticas atuais os impedem de usar o programa de trabalhadores agrícolas H-2A, que atende apenas às necessidades de mão de obra sazonal, em oposição às demandas da produção de laticínios durante o ano todo. Sem uma força de trabalho confiável, as fazendas de laticínios não podem esperar sobreviver, muito menos prosperar.
Tilton-Flood adverte que, se o setor de laticínios dos EUA perdesse sua força de trabalho nascida no exterior, provavelmente dobraria os preços do leite no varejo e resultaria em perdas econômicas superiores a US$ 32 bilhões para a economia dos EUA como um todo.
“Sabemos que precisamos nos unir para expressar nossas necessidades e ajudar a elaborar políticas que apoiem uma força de trabalho confiável e qualificada”, diz ele.
Jaime Castañeda, vice-presidente executivo de desenvolvimento de políticas e estratégias da NMPF, afirma: “Os trabalhadores estrangeiros são importantes para o sucesso do setor de laticínios dos EUA e trabalharemos em estreita colaboração com os membros do Congresso e com as autoridades federais para demonstrar a importância dos trabalhadores estrangeiros para o setor de laticínios e para as comunidades agrícolas. A especulação sobre cenários hipotéticos de políticas é apenas isso: especulação, e tem valor limitado.”
Por Karen Bohnert – Publicado em Dairy Herd ( www.dairyherd.com )
