A distância entre a América do Sul e a Oceania deixa o Uruguai fora da competição no mercado chinês, principal importador mundial.
Para avaliar as expectativas futuras das exportações uruguaias, o que deve ser acompanhado de perto é a previsão de demanda para o Brasil, que é a que sustenta os preços regionais.
Para avaliar as expectativas futuras das exportações uruguaias, o que deve ser acompanhado de perto é a previsão de demanda para o Brasil, que é a que sustenta os preços regionais.
O Brasil continua sendo o grande responsável pelo Uruguai conseguir manter os preços do leite nos níveis atuais. O preço médio dos principais laticínios da região está acima das referências internacionais e o grande responsável por isso é o vizinho do norte.

Segundo dados do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos, o preço médio do leite em pó integral na América do Sul foi de US$ 3.890/t em maio, 3,6% acima da referência nos países da Europa Ocidental e 20% acima da Oceania . No caso do leite em pó desnatado, a diferença é ainda maior: a América do Sul está 24% acima da referência da Oceania e 35% a mais que a Europa.

A distância entre a América do Sul e a Oceania deixa o Uruguai fora da competição no mercado chinês, principal importador mundial que se alimenta principalmente da produção da Nova Zelândia. De fato, os últimos embarques de leite em pó integral para a China registrados pela alfândega são de abril. Em maio não houve, nem na primeira quinzena de junho.

Das 8.534 toneladas de leite em pó integral exportadas pelo Uruguai na primeira quinzena de junho, 6.669 toneladas (78% do total) foram para o Brasil. Longe, no segundo lugar, estão Egito e Nigéria com 500 toneladas cada, desbancando a Argélia para o quarto lugar, que, nos últimos anos, sempre esteve no pódio como cliente dos exportadores uruguaios de lácteos.

A razão é óbvia: há um déficit de lácteos no Brasil que é pelo menos parcialmente compensado pelo crescimento dos volumes importados. Existem basicamente dois provedores, Argentina e Uruguai. Esse déficit leva o Brasil a aumentar seus volumes de compra e pagar preços mais altos.

Desde dezembro do ano passado, o valor médio das exportações para o Brasil tem se mantido estável em torno de US$ 3,8 mil a tonelada. Na primeira quinzena de junho, o valor médio foi de US$ 3.872/t, cerca de US$ 100 acima do preço de venda para a Argélia.

Para avaliar as expectativas futuras das exportações uruguaias, o que deve ser acompanhado de perto é a previsão de demanda para o Brasil, que é a que sustenta os preços regionais.

Existem algumas previsões que projetam uma queda na demanda de importação. Segundo análise da MilkPoint, os preços do leite para os produtores brasileiros estão caindo em plena pós-colheita, algo incomum.

Segundo a MilkPoint, para os próximos meses, mesmo com a expectativa de redução das importações —devido à queda de preços no mercado brasileiro e consequente redução da competitividade dos volumes importados—, a disponibilidade de leite deve apresentar crescimento em relação ao primeiro semestre devido ao aumento sazonal da produção (inicialmente, com crescimento na região Sul e depois com o início da safra de leite nas regiões Sudeste e Centro-Norte).

Portanto, é preciso ter cuidado ao projetar as expectativas de preços para o segundo semestre.

Importações da China pararam de cair

As importações chinesas de lácteos caíram fortemente em 2022 em relação ao recorde de 2021, tendência que se manteve nos dois primeiros meses de 2023. No entanto, a partir de março, os volumes de lácteos importados pela China se equilibraram na comparação anual.

Segundo reportagem da Ocla, em maio o volume de lácteos importados pela China teve alta de 1,9% em relação ao ano anterior, e em litros de equivalentes de leite de 9,3% (efeito do aumento do leite em pó). As exportações medidas em dólares tiveram queda de 2,7%, causada pela queda geral dos preços internacionais, segundo dados obtidos da Alfândega da China.

Se a demanda internacional da China parar de cair, ela poderá voltar a ser um importante destino no radar dos exportadores uruguaios, especialmente se as expectativas de moderação da demanda brasileira se confirmarem.

 

 

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A partir de segunda-feira, 18 de novembro, agricultores se mobilizam contra o acordo de livre-comércio entre a Europa e cinco países da América Latina, rejeitado pela França. François-Xavier Huard, CEO da Federação Nacional da Indústria de Laticínios (FNIL), explica a Capital as razões pelas quais o projeto enfrenta obstáculos.

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