O presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Santa Catarina (FAESC), José Zeferino Pedrozo, participou na manhã desta terça-feira de reunião da Comissão de Agricultura e Política Rural da Assembleia Legislativa do Estado (Alesc).
producao leite alta

Estado – O presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Santa Catarina (FAESC), José Zeferino Pedrozo, participou na manhã desta terça-feira de reunião da Comissão de Agricultura e Política Rural da Assembleia Legislativa do Estado (Alesc). O encontro por videoconferência reuniu deputados e representantes do setor produtivo para debater medidas de apoio aos produtores de leite que estão sendo impactados pela estiagem prolongada que destruiu pastagens, pela pandemia da Covid-19 que reduziu mercado e pelo aumento do preço do dólar que elevou os custos dos insumos. As dificuldades impostas ao setor refletiram no alto custo de produção e na defasagem de preços que o mercado pratica.

Santa Catarina produz quase 4 bilhões de litros de leite ao ano, é o quarto maior produtor do país com 11% da demanda nacional. No entanto, o setor vem perdendo produtores anualmente devido ao encarecimento da produção e à falta de reposição dos valores pagos pelo leite. A estiagem agravou a situação neste ano, reduzindo 44 milhões de litros até maio, devido à falta de pastagens. Os pecuaristas também ficaram impedidos de substituir a pastagem por ração, pois os preços do milho e do farelo de soja, impulsionados pela alta do dólar, estão muito valorizados no mercado, o que inviabiliza o uso. Segundo dados da FAESC, os produtores deixaram de tirar 2 milhões de litros de leite por dia dos 8 milhões produzidos diariamente no Estado.

O presidente José Zeferino Pedrozo destacou que apesar do mercado ser o grande regulador do preço do leite, há espaço para avanços no setor. Segundo ele, é importante que as indústrias conheçam os custos do produtor e estejam dispostas a debater a reposição dos valores. Pedrozo ressaltou que os preços são definidos em reuniões mensais do Conseleite, que reúne representantes de produtores rurais e dos laticínios que processam a matéria-prima.

“Os produtores precisam equiparar seus ganhos aos custos de produção para a situação não se agravar ainda mais”, sublinha Pedrozo. Segundo dados do último Censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), cerca de 1.500 produtores de leite estão abandonando a atividade a cada ano em Santa Catarina. Atualmente, a cadeia produtiva reduziu-se a 33 mil produtores.

ENCAMINHAMENTOS

A reunião desta semana foi proposta pelo deputado Moacir Sopelsa e conduzida pelo presidente da Comissão de Agricultura na Alesc, deputado José Milton Sheffer. O encontro estabeleceu algumas ações de apoio aos produtores catarinenses. Entre elas estão a prorrogação dos financiamentos com a repactuação do crédito e taxas de juros; a criação de incentivos públicos aos produtores; o aperfeiçoamento da política de integração entre produtores e indústrias e a revisão do sistema tributário catarinense, cujo ICMS é mais oneroso em relação aos demais Estados. “Os deputados irão trabalhar daqui para a frente para dar esses encaminhamentos”, afirmou José Milton Sheffer.

O presidente da FAESC também destacou o pedido dos produtores para que as indústrias antecipem até o dia 15 de cada mês a informação sobre o valor que será pago pelo litro do leite. Outro pedido é para que as empresas não atrasem o pagamento mensal, situação que foi relatada à FAESC pelos produtores.

Pedrozo foi enfático ao analisar o futuro da cadeia produtiva de leite no Estado. “Nós precisamos pensar grande para atingirmos o mesmo patamar da produção de aves e suínos em Santa Catarina e nos tornarmos referência também na exportação de leite”.

Além da FAESC e dos deputados, participaram da videoconferência representantes do Sindicato das Indústrias de Laticínios e Produtos Derivados (Sindileite); Organização das Cooperativas do Estado de Santa Catarina (OCESC); Federação das Cooperativas Agropecuárias do Estado (FECOAGRO); Associação dos Produtores de Leite do Extremo Oeste; Associação Catarinense de Criadores de Bovinos (ACCB); Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado de Santa Catarina (Fetaesc); Secretaria de Estado da Agricultura; Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina (Cidasc); Banco do Brasil e Aliança Láctea Sul Brasileira.

Bryce Cunningham, um produtor de leite escocês, proprietário de uma fazenda orgânica em Ayrshire (Escócia), lançou um produto lácteo para agregar valor ao leite de sua fazenda, que é um produto de ótima qualidade, sem aditivos, e é um exemplo de economia circular.

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