O Fórum Oeste Catarinense do Leite (Focaleite) reuniu produtores, estudantes, extensionistas, pesquisadores e representantes da indústria para discutir os principais desafios da cadeia leiteira em Santa Catarina.
O evento ocorreu no dia 28 de maio, no Centro de Pesquisa para Agricultura Familiar (Epagri/Cepaf), em Chapecó.
A abertura contou com a participação do presidente da Epagri, Dirceu Leite, dos gerentes Mario Jovino Alessio e Vagner Miranda Portes, e dos representantes José Carlos Araújo (Conseleite) e Selvino Giesel (Sindileite).
Santa Catarina é o terceiro maior produtor de leite do país, com destaque para as regiões Oeste, Meio-Oeste e Extremo-Oeste, responsáveis por cerca de 70% da produção estadual.
Durante o evento, Dirceu Leite destacou que a agricultura familiar representa a base da produção leiteira catarinense.
Ele lembrou que esses produtores enfrentam desafios como a topografia e o tamanho reduzido das propriedades.
Indústrias apontam dificuldade
O presidente do Conseleite, José Carlos Araújo, ressaltou a qualidade da produção catarinense e a reputação do Estado em relação à sanidade e à capacidade técnica dos produtores.
A programação incluiu ainda a reunião mensal do Conseleite, que apresentou os valores de referência dos lácteos para o mês de maio.
À tarde, uma mesa-redonda reuniu representantes de indústrias como CooperOeste, Tirol, Lactalis, Piracanjuba, Lactvit e Aurora Coop. A discussão abordou questões como logística, custos de produção e gestão das propriedades com base em indicadores.
O professor da Udesc, André Thaler Neto, falou sobre os impactos do estresse térmico sobre a composição do leite. Segundo ele, o aquecimento global intensifica os efeitos negativos sobre os animais, afetando produção e reprodução.
“A pecuária de leite é uma das atividades mais atingidas porque estas mudanças abruptas nos tiram a previsibilidade”, disse.
Para enfrentar os efeitos do clima, os pesquisadores Roberto Kappes e Adriana Hauser apresentaram uma iniciativa em parceria com a Epagri/Ciram: os alertas de estresse calórico.
A proposta visa auxiliar produtores na adoção de medidas como ventilação e aspersão, a fim de minimizar prejuízos provocados pelo calor.