As 100 maiores fazendas leiteiras do Brasil estão crescendo em ritmo de dois dígitos ao ano, e esse grupo quadruplicou sua produção nos últimos 20 anos.
Um relatório setorial indica que a taxa de crescimento das 100 maiores propriedades leiteiras brasileiras foi de 13% em 2024 — 400% superior à registrada em 2001.
A produção média diária por fazenda foi de 32.555 litros (aproximadamente 2.700 kg de sólidos do leite), e os 10 maiores produtores ultrapassaram os 74.000 litros por dia.
A líder nacional é a Fazenda Colorado, com cerca de 3 milhões de kg de sólidos do leite ao ano e média diária próxima de 100.000 litros.
A maioria das propriedades trabalha com vacas Holandês-Frísias (82%), mas também há rebanhos com genética Girolando e cruzamentos como Jersolando-Kiwicross.
O crescimento dessas 100 maiores propriedades supera o avanço da indústria leiteira brasileira como um todo, evidenciando que elas são protagonistas na modernização e expansão do setor.
“A diferença pode estar relacionada a fatores como avanços tecnológicos, melhoramento genético, gestão profissional e maior eficiência produtiva — todos esses elementos ajudaram a consolidar as grandes fazendas como referência no setor.
“Pelo volume, qualidade e regularidade da produção, esses produtores frequentemente conseguem preços diferenciados.”
O custo médio de produção apurado foi de R$ 2,25 por litro, enquanto o preço premium pago pelos laticínios foi de R$ 2,82 por litro.
As 100 maiores fazendas representam cerca de 5% do leite inspecionado no Brasil, que é produzido por mais de 200 mil propriedades. Contudo, o número total de fazendas caiu de mais de 600 mil na última década.
Mais de 10% das fazendas consolidadas utilizam sistemas de confinamento, sendo responsáveis por metade da produção nacional.
Dentre as 100 maiores, 22 fazendas atuam em conjunto sob o nome Unium, fornecendo para quatro laticínios cooperativos. Outras 12 propriedades possuem seus próprios laticínios.