A indústria láctea brasileira, pressionada pela inflação e escassez de matéria-prima, tem alterado suas formulações, substituindo o leite integral por soro de leite.
Com o aumento do preço do leite integral, que chegou a R$ 10 reais em São Paulo, incentivou muitos consumidores a buscarem por alternativas mais baratas, como a bebida láctea que era vendida por cerca de R$ 4,75 reais.

O mercado de bebidas lácteas tem experimentado crescimento significativo, o que tem despertado interesse em pesquisas voltadas à avaliação da qualidade. No entanto, a literatura científica indica que a maioria dos estudos se concentra em bebidas lácteas fermentadas, sendo raros os trabalhos que investigam a qualidade da bebida láctea pasteurizada sem adição.

A reportagem de Paiva (2022), retratou que a comercialização de bebidas lácteas à base de soro de leite ao lado do leite integral sem a devida clareza nas informações das embalagens, gerou confusão entre consumidores, levando a intervenções regulatórias por parte do Procon – SP.

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Com o aumento do preço do leite integral, que chegou a R$ 10 reais em São Paulo, incentivou muitos consumidores a buscarem por alternativas mais baratas, como a bebida láctea que era vendida por cerca de R$ 4,75 reais. Apesar de ser uma alternativa mais econômica, a semelhança das embalagens levou à confusão, fazendo com que os consumidores acreditassem estar comprando leite integral.

Este cenário destaca a necessidade de uma rotulagem transparente e informativa para garantir que os consumidores possam fazer escolhas conscientes e informadas. Além disso, a indústria alimentícia deve se esforçar para educar o público sobre os benefícios nutricionais do soro de leite, promovendo uma melhor compreensão e aceitação desses produtos no mercado.

De acordo com a reportagem de Biernath (2022) a inflação e a escassez de matéria-prima têm levado a indústria de produtos lácteos no Brasil a alterar suas formulações, substituindo o leite integral por ingredientes mais baratos como é o caso do soro de leite, resultando em produtos com menor valor nutricional.

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Essas alterações na composição dos produtos lácteos podem ser prejudiciais do ponto de vista nutricional, reduzindo a densidade de nutrientes e aumentando o consumo de aditivos e açúcares adicionados.

Embora a venda dessas misturas esteja regulamentada pela legislação, a falta de clareza nas informações das embalagens e a semelhança visual com os produtos tradicionais tem gerado críticas. Portanto é necessário um equilíbrio entre oferecer produtos acessíveis e manter a qualidade nutricional, especialmente em um contexto de insegurança alimentar.

Os parâmetros da composição química do leite devem apresentar segundo a legislação valores de proteína de 2,9 % no leite, enquanto no soro de leite varia de 0,8 % a 0,9 %. O teor de gordura no leite é de 3,0 %, mas no soro de leite é significativamente menor, variando de 0,3 % a 0,4 %.

Em termos de lactose, o leite contém 4,3 %, enquanto o soro de leite apresenta valores ligeiramente superiores, entre 4,5 % e 4,9 %. O extrato seco total, que inclui todos os componentes sólidos do leite, é de 11,4 % no leite, mas reduzido para 6,4 % a 7,0 % no soro de leite. Por fim, o extrato seco desengordurado, que exclui a gordura do cálculo do extrato seco total, é de 8,4% no leite e varia de 6,1 % a 6,6 % no soro de leite.

A Instrução Normativa n. 77, estabelece requisitos mínimos para a composição do leite, considerando o teor de proteína e extrato seco desengordurado, que são indicadores do rendimento na fabricação de queijos frescais. O soro de leite representa 56,14 % do total do extrato seco do leite, sendo a lactose o principal componente, que não participa diretamente no processo de composição dos queijos frescais. O soro de leite contém cerca de um terço do valor proteico do leite, consistindo em proteínas solúveis em água, coaguláveis pelo calor e adição de ácido.

A indústria láctea brasileira, pressionada pela inflação e escassez de matéria-prima, tem alterado suas formulações, substituindo o leite integral por soro de leite, o que pode comprometer o valor nutricional dos produtos. É crucial equilibrar a acessibilidade econômica com a manutenção da qualidade nutricional, especialmente em contextos de insegurança alimentar.

 

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A legislação vigente, estabelece parâmetros para a composição química do leite, mas a substituição por soro de leite requer atenção para garantir que a qualidade e o valor nutricional sejam preservados (Brasil, 2018).

whey protein e o soro de leite possuem papel fundamental na nutrição moderna, oferecendo benefícios significativos quando utilizados de forma adequada. A indústria e os reguladores devem trabalhar juntos para garantir que os consumidores recebam produtos de alta qualidade, rotulados de maneira clara e informativa, para promover escolhas alimentares mais conscientes e nutritivas.

*Autores – Thalisson Gonçalves Diniz, Melina Maria Rodrigues Rezende, Sérgio Gonçalves Mota, Stefany Cristiny F. da Silva Gadêlha, Wanderson Rodrigues da Silva, Weilla Araújo de Sousa e Marco Antônio Pereira da Silva

*Bibliografia com os autores

Bryce Cunningham, um produtor de leite escocês, proprietário de uma fazenda orgânica em Ayrshire (Escócia), lançou um produto lácteo para agregar valor ao leite de sua fazenda, que é um produto de ótima qualidade, sem aditivos, e é um exemplo de economia circular.

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