Sindilat e Apil se manifestaram dizendo que foco é manter a captação, o abastecimento e os pagamentos em dia

Sindilat e Apil se manifestaram dizendo que foco é manter a captação, o abastecimento e os pagamentos em dia

Caroline Garske 
vaca LM 4
– Lidiane Mallmann/arquivo

VALE DO TAQUARI | O momento é de preocupação para o setor lácteo. Em nota encaminhada à imprensa, o Sindicato da Indústria de Laticínios do Rio Grande do Sul (Sindilat RS) e a Associação das Pequenas Indústrias de Laticínios do RS (Apil RS) falam sobre impactos da pandemia. De acordo com o posicionamento, o foco da indústria leiteira é manter a captação, o abastecimento e os pagamentos em dia.

O futuro do setor, conforme as entidades, é incerto e preocupante, assim como outros diversos outros ramos da economia. O secretário executivo do Sindilat, Darlan Palharini, diz que a greve dos caminhoneiros de 2018 também foi um momento atípico, mas não se compara ao que está sendo vivido com a pandemia do novo coronavírus (Covid-19). “A maior preocupação do setor é com relação às queijarias, com a não abertura de hotéis, restaurantes, essa venda caiu em torno de 40%”, destaca.

Além disso, as entidades afirmam que os dados divulgados pelo Conseleite em 28 de abril, que indicaram elevação de preço do leite, não mostra a realidade, pois limita-se à pesquisa que se encerrou no dia 10 do mesmo mês. “Quando chegou o dia 10 já estava mais estável o preço do leite UHC e no dia 28, quando fizemos a reunião, alertamos a situação que o mercado já tinha revertido totalmente o preço do leite de caixinha do atacado e o leite em pó também tinha estabilizado o preço”, completa Palharini.

Na região

Em Estrela, município que possui aproximadamente 500 produtores de leite, a preocupação com a pandemia também aflige produtores e autoridades municipais. Para o secretário José Adão Braun, da Secretaria Municipal da Agricultura, a instabilidade se estende, também, ao setor de suínos e aves de corte, embora o leite tenha uma sensibilidade maior.

Braun entende que não pode haver incertezas, pois há completa interdependência e ajuste dos segmentos, desde a produção, até a comercialização. “Qualquer interrupção que haja em alguma fase do processo causa uma desestabilização desta sintonia que existe, com fortes prejuízos a todos envolvidos, podendo assumir uma característica de tragédia”, frisa.

O secretário, que também é produtor de leite, afirma que produz cerca de dois mil litros por dia. “Produzimos uma quantia muito expressiva, são em torno de 40 milhões de litros por ano e isso nos dá uma produção diária de 110 a 115 mil litros de leite por dia e onde vamos colocar toda essa produção?”, questiona Braun. As consequências, para ele, poderiam ser diversas, como a falência dos produtores, desemprego e ainda, ocasionar um problema ambiental. Ademais, Estrela ficaria sem a arrecadação proveniente do setor, que gira em 10%. “É incalculável, não dá para imaginar que haja qualquer interrupção.”

Já em Anta Gorda, município sede da FestLeite, o secretário da Agricultura, Joelmo Balestrin, comenta que são aproximadamente 300 produtores que dependem da indústria para o sustento de suas famílias. “Anta Gorda tem uma produção significativa, a gente tem entre 27 e 28 milhões de litros por ano. Ela representa bastante no índice de retorno também.”

O problema ainda se agrega à estiagem, vivida desde o final de 2019 e que se estendeu até este mês. “É um momento bem delicado, mexe com o psicológico do produtor. Tem uma realidade, que além dessa pandemia que tu fica na incerteza de chegar na propriedade para fazer a visita ou não, porque alguns estão assustados, tu chega e ainda tem o problema da pastagem, é desolador, é bem atípico”, salienta Balestrin. Devido à pandemia do novo coronavírus, a 8ª FestLeite, que seria realizada neste ano, foi transferida para abril de 2021.

Dificuldades

O produtor rural Marcos Lodi, de Anta Gorda, diz que, atualmente, a maior preocupação é manter-se na atividade em um momento no qual os custos são elevados. A pandemia e a forte estiagem uniram-se e causaram um problema que, segundo Lodi, representa uma alta no custo de cerca de 30%. “Fez com que tivéssemos que comprar mais de 50% de alimentos para os animais”.

Além disso, a alta do dólar também impactou e refletiu no orçamento. “Todas vitaminas, micro e macro minerais, são todos produtos importados e que são essenciais para a nutrição e isso tem dobrado o valor certos produtos”, destaca o produtor.

Consumidores brasileiros têm se surpreendido com a alteração do nome do queijo nas embalagens. Essa mudança foi definida em um acordo entre União Europeia e Mercosul.

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