Os criadores sergipanos confirmam o crescimento na produção de leite em Sergipe. O bom momento da pecuária leiteira sergipana já havia sido revelado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE) com base nos dados do balanço do primeiro trimestre 2023, que mostrou a evolução de 23 milhões de litros em relação ao mesmo período do ano passado.
Os números do instituto de pesquisa levam em consideração a aquisição de leite cru feita pelos estabelecimentos sob algum tipo de inspeção sanitária (federal, estadual ou municipal), mas a produção é maior considerando o consumo ou a compra direta aos produtores nas áreas rurais.
Um dos exemplos de evolução é o caso do produtor do município de Poço Redondo, no alto sertão sergipano, José Martins Alves, 52 anos, que há 13 anos começou com quatro vaquinhas em sua propriedade, no sítio São José.
Hoje ele produz uma média de 700 a 800 litros de leite diariamente, resfria e vende para o laticínio. Martins conta que agora em junho tem vendido o litro a R$ 2,30 por conta da grande produção, mas já chegou a quase R$ 3,00 no início do ano. “O preço pode melhorar ainda mais com a baixa na produção do Sul do Brasil”.
Ele se sente orgulhoso em estar entre os cinco melhores fornecedores para os laticínios, graças à qualidade do leite produzido, com alto teor de gordura e higiene adequada.
“Muito disso devo à assistência que recebo do Governo do Estado, por meio da Secretaria da Agricultura e Emdagro que me ajudaram muito desde o início até agora”, afirmou o produtor, que trabalha com ordenha mecânica.
O produtor Alisson Coutinho tem 37 anos e trabalha com gado há cerca de 30, desde a infância. Com uma produção média de 2.400 litros de leite por mês, Alisson explica que os últimos anos foram bons de chuva, o que melhorou a pastagem, mas para conseguir melhor resultado a maioria dos produtores está trabalhando com o gado confinado para controlar a alimentação dos animais e aumentar a produtividade.
“O governo também tem feito muitas ações para a gente. Tem incentivado o plantio da palma forrageira, que ajuda muito quando chega a seca. Tem também o Mão Amiga que auxilia financeiramente no período de baixa produção, e como contrapartida deixamos o rebanho vacinado, prevenido das doenças”, realça.
Para o produtor Ueliton Dantas, do município de Monte Alegre, a produção leiteira é um grande acréscimo ao desenvolvimento regional.
“Trabalho com gado a vida inteira, sempre produzindo leite. Atualmente, parte da produção é destinada ao governo, que faz a distribuição por meio das prefeituras para a população mais carente. Ações que partem para aumentar a venda do leite são de suma importância, pois é por intermédio delas que os produtores vêm melhorando as condições de vida no alto sertão”, opina.
Incentivos
De acordo com o secretário de Estado da Agricultura, Zeca da Silva, o bom momento da pecuária leiteira é resultado de vários esforços que envolvem produtores, o Governo do Estado, iniciativa privada, laticínios e agentes financiadores.
“Entre os diversos incentivos do Governo de Sergipe para o fortalecimento da bacia leiteira, destacam-se o melhoramento genético (IATF), a assistência técnica da saúde dos animais – o estado está há 27 anos livre da febre aftosa, como também a assistência técnica e certificação dos laticínios e disponibilização de sementes de milho, de palma, para forragem, ou seja, para alimentação dos animais”, destaca.
Ainda de acordo com o secretário da Seagri, os esforços para manter Sergipe nesse patamar não param.
O Governo de Sergipe implementou programa que ajuda no escoamento da produção estadual e beneficia famílias em situação de vulnerabilidade, como o Programa de Aquisição de Alimentos Leite (PAA-Leite) – com distribuição diária de 3.027 litros; a exemplo também do Programa Mão Amiga Pró Sertão Bacia Leiteira, que beneficia 2.747 produtores em sete municípios.
“No início do ano, o governador Fábio Mitidieri foi a Brasília receber do Ministério da Agricultura o credenciamento do estado no Sistema Brasileiro de Inspeção de Produtos de Origem Animal (Sisbi).
Outro projeto que está em andamento e vai ampliar a oferta de água para os produtores e aumentar a produção é a Adutora do Leite, que será construída entre os municípios de Canindé do São Francisco e Poço Redondo”, destaca o secretário.
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