A Índia consolidou sua posição como maior produtora de leite do planeta, com um volume impressionante de 221,1 milhões de toneladas anuais, segundo dados mais recentes da FAO (Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação).
Por trás desse número está uma rede descentralizada formada por aproximadamente 70 milhões de pequenos agricultores, que desempenham papel essencial na oferta de lácteos do país.
Diferente de potências como Estados Unidos e União Europeia, onde a produção está concentrada em grandes propriedades e operações industriais, o modelo indiano se apoia em milhões de famílias rurais que, com rebanhos reduzidos e técnicas muitas vezes tradicionais, garantem o abastecimento nacional e constroem uma economia baseada na inclusão social.
Além do aspecto econômico, a produção de leite na Índia carrega um peso cultural profundo. O leite e seus derivados fazem parte do cotidiano, da culinária e das tradições religiosas, sendo utilizado em bebidas, doces e pratos típicos em todo o território.
A tendência é de crescimento contínuo. Projeções indicam que o consumo per capita deve alcançar 108 kg por habitante até 2028, consolidando o papel central do país não apenas no fornecimento interno, mas também como influenciador global no setor de lácteos.
Europa e Estados Unidos seguem relevantes
Apesar da liderança indiana, a União Europeia permanece como referência internacional, com uma produção anual de 158,7 milhões de toneladas, reconhecida pela diversidade e qualidade de seus derivados, como queijos finos e produtos premium amplamente exportados.
Nos Estados Unidos, a produção chega a 102,9 milhões de toneladas por ano, baseada em alta tecnologia e eficiência. Robôs de ordenha, sensores inteligentes e nutrição animal de precisão transformaram as fazendas americanas em símbolos de inovação, atendendo à demanda crescente por produtos lácteos variados e seguros.
Outros gigantes asiáticos no radar
O Paquistão, com 64,2 milhões de toneladas anuais, segue um modelo similar ao indiano, combinando pequenos produtores com políticas de estímulo à pecuária familiar. Já a China, que alcançou 39,7 milhões de toneladas, aposta na modernização e em grandes empreendimentos, priorizando sustentabilidade e regulamentações ambientais rigorosas.
Inovação e sustentabilidade em foco
A transformação do setor lácteo global passa inevitavelmente pela tecnologia. Países como Índia, Estados Unidos e membros da União Europeia investem em automatização, análise de dados e práticas sustentáveis, buscando elevar a produtividade sem perder de vista o impacto ambiental.
Na Índia, mesmo com o predomínio de pequenos produtores, há avanços no uso de aplicativos móveis, manejo de pastagens, geração de biogás e cuidados sanitários, o que melhora a eficiência e reforça a resiliência do sistema.
Além disso, o setor precisa responder ao crescimento de consumidores que buscam produtos mais naturais, com menos aditivos e origem transparente, além do avanço das alternativas vegetais, como bebidas de soja, aveia e amêndoas.
Ainda assim, a demanda global por leite continua em alta, especialmente em países emergentes, abrindo novas oportunidades comerciais e desafiando produtores a combinar tradição e inovação.
Índia, um exemplo para o mundo
O protagonismo indiano no setor de laticínios demonstra que é possível unir diversidade cultural, inclusão social e inovação tecnológica em uma cadeia produtiva robusta e estratégica. Enquanto outros países disputam espaço no mercado global, a Índia reforça seu papel de liderança, moldando tendências e influenciando políticas que impactam toda a indústria.
*Adaptado para eDairyNews, com informações de Click Petroleo e Gas