O Índice de Preços de Alimentos da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) teve média de 127,7 pontos em maio, com queda de 1 ponto (0,8%) ante abril.
Segundo a FAO, os recuos nos preços de cereais, açúcar e óleos vegetais compensaram os avanços nas carnes e nos lácteos.
O índice mensal ficou 7,2 pontos (6%) acima de maio do ano passado, mas permaneceu 32,6 pontos (20,3%) abaixo do pico atingido em março de 2022.
O subíndice de preços dos cereais registrou média de 109 pontos em maio, perda de 2 pontos (1,8%) ante abril e 9,7 pontos (8,2%) abaixo do registrado um ano antes.
Segundo a FAO, os preços do milho caíram devido à forte concorrência e ao aumento sazonal da oferta do Brasil e da Argentina, com a colheita de ambos acima do ritmo do ano passado. Expectativas de colheita recorde nos EUA também influenciaram.
O trigo recuou de forma moderada, devido à demanda contida e à melhora das condições das colheitas no Hemisfério Norte.
Chuvas no final do mês reduziram o risco de seca em partes da Europa, do Mar Negro e dos EUA. Entre outros grãos, os preços do sorgo e da cevada também caíram. Em contraste, o índice de preços do arroz subiu 1,4% em maio.
O levantamento da FAO também indicou que o subíndice de preços dos óleos vegetais registrou média de 152,2 pontos em maio, recuo de 5,8 pontos (3,7%) ante abril, mas alta de 19,1% em relação a maio de 2024.
O óleo de palma caiu pelo segundo mês consecutivo e manteve desconto em relação aos óleos concorrentes, devido às produções maiores e ao aumento da oferta no Sudeste Asiático, disse a FAO.
Os preços do óleo de soja também caíram, pressionados pelo aumento da oferta na América do Sul e pela demanda moderada por matéria-prima para biocombustíveis, principalmente nos EUA.
O óleo de colza recuou diante da perspectiva de melhora da oferta na União Europeia, enquanto o óleo de girassol caiu devido ao enfraquecimento da demanda.
O subíndice de preços da carne da FAO teve média de 124,6 pontos em maio, alta de 1,6 ponto (1,3%) em relação a abril e 7,9 pontos (6,8%) em relação ao nível do ano anterior. Os preços da carne suína aumentaram devido à demanda fortalecida e à forte alta nos preços na Alemanha, após o país recuperar o status de livre de febre aftosa.
Os preços da carne bovina também subiram e atingiram novo recorde histórico, em meio à demanda sólida e à oferta limitada.
A carne ovina também teve ganhos no mês. Contudo, os preços da carne de aves caíram com as cotações mais baixas no Brasil, onde um caso de gripe aviária em granja comercial levou à imposição de embargos, o que gerou excedentes robustos, afirmou a FAO.
O relatório mostrou ainda que o subíndice de preços de lácteos teve média de 153,5 pontos em maio, 1,3 ponto (0,8%) maior que em abril e 27,2 pontos (21,5%) acima do valor do ano passado.
De acordo com o relatório, os preços da manteiga permaneceram em níveis historicamente altos, sustentados pela forte demanda na Ásia e no Oriente Médio, apesar da oferta restrita de leite na Austrália e do recuo na demanda pelo produto na União Europeia (UE).
Os preços do queijo subiram pelo segundo mês consecutivo, devido à demanda sustentada e à disponibilidade limitada na UE.
Os preços do leite em pó integral aumentaram mais de 4% no mês, impulsionados por compras robustas da China. Já os preços do leite em pó desnatado caíram 0,2%, devido à ampla oferta nas regiões produtoras de manteiga.
De acordo com a instituição, o subíndice de preços do açúcar teve média de 109,4 pontos em maio, terceira queda mensal consecutiva, com recuo de 2,9 pontos (2,6%) ante abril e 7,7 pontos (10,9%) abaixo do valor de um ano atrás.
A queda foi atribuída à demanda mais fraca, em meio a preocupações com as incertezas do cenário econômico mundial e seus possíveis efeitos na demanda das indústrias de bebidas e de processamento de alimentos.
Além disso, as previsões iniciais de uma possível recuperação da produção global de açúcar em 2025/26 — apoiadas por expectativas de maiores safras na Índia e na Tailândia, após o início antecipado da temporada de monções — exerceram pressão adicional, segundo a FAO.