Com elevação de 0,7% nos insumos em julho, índice divulgado pela Farsul tem perspectiva de deflação em agosto.
O Brasil vem apresentando dados de crescimento do PIB acima das expectativas e um mercado de trabalho aquecido, podendo estimular o consumo contribuindo para valorização do preço ao produtor.
O Brasil vem apresentando dados de crescimento do PIB acima das expectativas e um mercado de trabalho aquecido, podendo estimular o consumo contribuindo para valorização do preço ao produtor.

Pelo quarto mês consecutivo, o Índice de Insumos para Produção de Leite Cru do Rio Grande do Sul (ILC) registrou aumento em julho, com elevação de 0,7%. De acordo com divulgação da Assessoria Econômica da Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul), nesta segunda-feira, 16, os insumos com maior aumento no período foram, respectivamente, fertilizantes, energia elétrica, silagem e combustível.

 

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Os fertilizantes se destacaram no período, com um aumento de 13% no preço, graças à alta cambial somada ao aumento do preço do barril de petróleo. Os preços da soja e do milho, que no mês de junho foram os responsáveis pela alta, em julho tiveram uma leve queda na cotação, o que abrandou um pouco o movimento inflacionário.

Para agosto, na avaliação do economista Ruy Silveira Neto, uma provável retração do preço da soja e do milho seja um contraponto à possível aumento do preço do barril de petróleo e estabilização do dólar. Assim, o valor dos grãos compensaria a alta de fertilizantes e combustíveis.

“Para agosto, temos uma leitura de leve deflação, muito por conta dos preços dos grãos”, diz Ruy Silveira Neto, responsável pela elaboração do ILC.

Acumulado no ano

No acumulado do ano, o ILC se mantém deflacionário, em 4,63%. É um comportamento que continua seguindo a tendência apresentada no Índice dos Preços Recebidos pelos Produtores Rurais (IIPR) dos períodos. O IIPR apresenta uma queda de 8,47% no acumulado do ano.

Nos últimos 12 meses, no entanto, a leitura do índice é inflacionária. “Tivemos um ápice em maio e depois estabilizou”, afirma o economista, descartando que as cheias e enchentes daquele mês tenham sido o principal fator da subida. “A inflação em abril já foi alta. O problema climático deu um tom acima”, acrescenta.

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Conforme a análise da Assessoria Econômica da Farsul, os dados fiscais preocupantes do Brasil geraram uma desvalorização cambial do real, o que afetou uma boa parte dos insumos da cesta, criando uma pressão adicional nos preços. O Brasil vem apresentando dados de crescimento do PIB acima das expectativas e um mercado de trabalho aquecido, podendo estimular o consumo contribuindo para valorização do preço ao produtor.

Fechamento em 2024

Silveira Neto descarta a possibilidade de o ILC encerrar 2024 com “grande inflação”. “Principalmente por não haver uma expectativa de que o preço de milho e soja vá subir muito. A previsão é de que o Brasil colha bem”, pondera o economista, salientando o peso da alimentação na formação do índice.

“Por mais que tenha um cenário um pouco inflacionário dentro do Brasil, que pode elevar preço de combustíveis, de energia e fertilizantes, ainda assim a alimentação, os grãos, tendem manter a estabilidade. Ou até mesmo de uma queda de preços, quando soubermos o tamanho da próxima safra brasileira”, afirma Silveira Neto.

O economista ressalta, no entanto, que “o cenário macroeconômico vem desancorando a inflação futura”, o que pode gerar um impacto adicional de aumento nos preços dos insumos, principalmente a partir de 2025.

“Este é um cenário exterior que pode contaminar o indicador. Pode fazer com que ocorra uma nova corrida do dólar, e isso pode puxar o indicador, até mesmo o preço dos grãos. Na soja, principalmente, o mercado internacional pesa muito na formação do preço no Brasil”, complementa o economista.

 

Fonte: Correio do Povo

 

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