Os laticínios buscam explorar este produto justamente para atender às necessidades de consumidores que enfrentam problemas digestivos e intestinais após beber o leite A1, alternativa mais comum encontrada nas prateleiras dos mercados.
Qual a diferença entre o leite A2 e o A1?
A diferença está na composição proteica de cada variedade. Enquanto o A1 possui, entre outras, as proteínas beta-caseína A1 e beta-caseína A2, o A2, como o nome sugere, possui apenas a segunda.
“Pesquisas recentes apontaram que a maioria das pessoas que apresentam desconforto gastrointestinal após ingestão de leite tem dificuldade em digerir a proteína beta-caseína A1”, explica Daniela Cierro, vice-presidente da Associação Brasileira de Nutrição.
Como é feita a produção do leite A2?
Para produzir o leite A2, é preciso investir em mapeamento genético das vacas. Isso porque, naturalmente, existem vacas que produzem leite com beta-caseína A1 e A2, somente A1 ou somente A2.
“Trata-se de um genótipo. As vacas já nascem assim. Por isso, quando iniciamos a produção do leite A2, fizemos análise genética das vacas e posteriormente as separamos em rebanhos identificados. Para expansão da produção, investimos na reprodução a partir do cruzamento de animais apenas com esse genótipo específico”, afirma.
Soriano explica que a produção de leite A2 da Colorado, responsável pela marca Xandô, é certificada pela Integral Certificações, com o selo Vacas A2A2, que assegura a origem e rastreabilidade do leite.
“O processo de genotipagem dos animais, identificação, obtenção, armazenamento, logística e processamento são todos auditados, impedindo que haja mistura de leite contendo beta-caseína A1”, relata.
Na ordenha diária, por exemplo, o leite das vacas A2A2 é sempre captado antes das demais, para evitar qualquer contato com leite que contenha a beta-caseína A1.
Intolerâncias e alergias
Vale ressaltar que os benefícios digestivos proporcionados pelo leite A2 (A2A2) não devem ser associados às necessidades de indivíduos que possuem intolerância à lactose ou alergia às diversas proteínas do leite (APVL).
A intolerância à lactose é incapacidade parcial ou completa de digerir o açúcar existente no leite e seus derivados.
“Ela acontece quando o organismo não produz, ou produz em quantidade insuficiente, a enzima digestiva chamada lactase, que quebra e decompõe a lactose, o açúcar do leite. Os sintomas variam de acordo com a quantidade de leite e derivados ingeridos.”
Já a alergia às proteínas do leite (APLV) é um tipo de alergia no qual o sistema imunológico do indivíduo responde de maneira inadequada às proteínas encontradas no leite.
“Há pessoas com alergias a diversas proteínas do leite, não somente a beta-caseína A1. Os sintomas podem incluir erupção cutânea, urticária, (pele seca, escamosa ou coceira), sistema digestivo (diarreia, vômitos, constipação e refluxo) e sistema respiratório (respiração barulhenta, tosse, corrimento nasal)“, finaliza.
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