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Os pequenos lacticinistas devem melhorar a qualidade de seus produtos, mas para isso têm de ter assistência técnica.
Há um esforço antigo da liderança empresarial da indústria, da agroindústria e da agropecuária do Ceará no sentido de convencer as redes de supermercados locais a venderem, preferencialmente, produtos “made in Ceará”.

A intenção é boa e merece aplausos, mas ela é de difícil implementação, a começar pelos produtos da indústria de lacticínios, por exemplo.

Falando em nome das empresas do varejo supermercadista do estado, o presidente da Associação Cearense de Supermercados (Acesu), Nidovando Pinheiro, disse, durante reunião na terça-feira, 17, na sede da Federação da Agricultura (Faec) e na presença de produtores de leite e de queijos e bebidas lácteas, que seus associados, “todos eles”, dão prioridade aos produtos cearenses, mas ressalvou:

“É necessário que esses produtos tenham qualidade, o que significa dizer que têm de apresentar, na sua embalagem, o Selo da Vigilância Sanitária, atestando essa qualidade”.

Vamos por partes: nos últimos cinco anos, a indústria de lacticínios do Ceará vem crescendo e modernizando-se tecnologicamente em máquinas e equipamentos. Resultado: seus produtos ganharam as gôndolas dos melhores supermercados e a preferência do consumidor.

Mas esse crescimento e o uso da melhor tecnologia estão, por enquanto, limitados às médias e grandes indústrias de lácteos.

As micro e pequenas – que são a maioria – produzem de forma artesanal e praticamente sem assistência técnica, embora esforçando-se para obter o melhor, o mais saudável e o mais confiável produto – do ponto de vista da qualidade.

O presidente da Faec, agropecuarista Amílcar Silveira, está ele mesmo empenhado em incentivar a melhora da qualidade das pequenas unidades produtoras de lacticínios, principalmente as localizadas nos sertões do Ceará.

E duas corretas providências para que isso aconteça são 1) o combate à entrada clandestina de produtos lácteos oriundos de outros estados, principalmente dos da Região Norte, e 2) a ação efetiva do aparato estatal – Secretaria da Fazenda, Polícia Civil e Adagri – no combate a essa concorrência desleal e perigosa (sem pagar imposto e sem trazer na embalagem o Selo da Vigilância Sanitária, esses produtos de origem desconhecida e sempre suspeita são uma ameaça à saúde do consumidor cearense).

A Acesu, por sua vez, tem papel importante nesse esforço da Faec, pois ela pode – também ligando seu desconfiômetro – barrar a entrada de produtos de origem desconhecida, alguns dos quais enganam o consumidor, apresentando-se como, por exemplo, creme de leite, quando na verdade não o é, o que pode ser constatado pela simples leitura do que está escrito em sua embalagem.

O leite tem uma extensa cadeia produtiva, mas ela é, no agronegócio, pelo menos até prova em contrário, a única que produz durante todos os dias da semana, quer chova quer faça sol, quer haja estrada de boa ou de má qualidade, como neste momento é o caso das rodovias vicinais da Chapada do Apodi e do interior do Sertão Central, onde está a maior bacia leiteira do Ceará.

Essa cadeia, além de extensa (a logística é parte importante dela), é também empregadora intensiva de mão de obra, e, por causa disto mesmo, para ela devem sempre olhar o governo e suas instituições, como a Secretaria do Desenvolvimento Econômico e sua Secretaria Executiva do Agronegócio, a Secretaria do Desenvolvimento Agrário, a Secretaria da Fazenda e a Superintendência de Obras Públicas (SOP) – cada uma delas tem papel relevante a desempenhar nesse contexto criado pela iniciativa da Faec.

 

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