Com capacidade instalada de 100 mil litros de leite por dia, o Porto Rico tem expansão prevista para 300 mil litros por dia. Tem 50 funcionários, que passarão para cem e, depois, 250.
Na Exposição Agropecuária de Barbacena (MG), o fundador do Laticínio Porto Rico, João Batista Miranda Siqueira, e a família. Foto: Arquivo Pessoal
Na Exposição Agropecuária de Barbacena (MG), o fundador do Laticínio Porto Rico, João Batista Miranda Siqueira, e a família.
Há menos de um ano, João Batista Miranda Siqueira abriu o Laticínio Porto Rico, em Antônio Carlos (MG).

Com capacidade instalada de 100 mil litros de leite por dia, o pecuarista planeja a expansão do laticínio para 300 mil litros por dia.

Tem 50 funcionários, que passarão para cem e, depois, 250.

A seguir, a entrevista com João Batista Miranda:

Há quanto tempo tem o Laticínio Porto Rico?

A fábrica inaugurou em julho de 2023. Temos produtos com até seis meses de maturação, então começamos a vender em vários mercados.

Qual é a avaliação que você já faz do negócio? Era o que você esperava ou é um mercado mais desafiador?

Não deixa de ser um mercado desafiador, mas nós fomos muito felizes com a nossa marca, nossa logotipo, e investimos muito em produção, em tecnologia. Então nós estamos com um produto a cada dia melhor e crescemos gradualmente com a qualidade junto.

Qual é o diferencial da Porto Rico, quem você quer atingir?

Queremos atingir todos os públicos. Mas a gente sempre requer um produto mais fino, de qualidade; total qualidade mesmo é com o que a gente mais se preocupa.

É para que tipo de público, é todo tíquete médio, toda renda, é diversificar o portfólio?

Sim, nós temos para toda a renda. Nosso portfólio já está com 36 SKUs (tipos de produto). Então temos condição de atender a todo o público.

Qual é o foco? Quais são os produtos do Laticínio Porto Rico?

Nós estamos focando à medida do que está sendo mais procurado, mas nós temos requeijão, iogurte, bebida láctea, queijos maturados.

Qual é o carro-chefe da Porto Rico?

O queijo minas padrão é um queijo que atinge todo o público, que tem um preço bem acessível e que tem maturação ainda de 30 dias; e o parmesão já é o queijo mais fino, com maturação de seis meses. Nós temos o parmesão de três meses, que é o Montanhês, e teremos o Carapeta, com um ano de maturação.

Em quantos pontos de venda a Porto Rico está?

Em Barbacena (MG), em praticamente todos os mercados. Na rede do Supermercados BH, estamos em 35 lojas; estamos também em 35 lojas do Super Nosso; estamos entrando na rede Esquinão Supermercados (São João del-Rei); e no Bahamas vamos entrar em mais 25 lojas.

São grandes redes, que têm uma capilaridade enorme no Estado. A intenção é estar em todos os pontos dessas redes?

Quero expandir muito. Quero pegar toda a rede Supermercados BH, que agora comprou mais uma rede e está com quase 400 lojas; o Super Nosso, incluindo o Apoio, e nós estamos entrando também na rede ABC. Nós já estamos fazendo a rede Princesa, no Rio de Janeiro, na região Serrana e dos Lagos, estamos na rede desde o início.

Qual é a capacidade instalada de produção da fábrica?

A fábrica está pronta para processar 100 mil litros de leite por dia. Já temos um projeto para passar para 300 mil litros de leite por dia, com mais um ano ou dois de prazo.

Por quê? Já ocupou a capacidade instalada de 100 mil litros de leite por dia?

Ainda não, mas está próximo. Creio que, até o fim deste ano de 2024, a gente já chega a ocupar.

Está tendo uma demanda maior do que você esperava?

Está tendo uma demanda bem maior do que eu esperava. Eu achei que, no que eu estou hoje, eu iria estar em 2025. No mínimo em mais de um ano adiantou o processo.

Os recursos que você está utilizando são do BDMG, do BNDES ou são recursos próprios? Como vai ser a expansão?

Até hoje foi recurso próprio, e o próximo investimento ainda não foi definido.

Você está com quantos empregados?

Hoje temos 50 funcionários.

A nova expansão para o ano que vem vai demandar mais gente?

Até o fim do ano, creio que já estarei com cem pessoas, e aí, na próxima expansão, devemos ter umas 250 pessoas.

Então você já está contratando?

A fábrica que está a 10 km de Barbacena pertence ao município de Antônio Carlos e, como a expansão de aumento de leite é gradativa, dia a dia, todos os meses entra funcionário. E é totalmente automatizado, com maquinário moderno, comprado em 2023.

Vocês captam leite de quantos produtores?

Hoje nós temos uma média de 60 fazendas produzindo para a gente e trabalhamos também com leite spot.

Compram leite no mercado (spot) para poder complementar?

Para complementar, porque, às vezes, tem semanas em que a gente produz um pouco mais acima do limite que por pedidos, e tem semana que não há necessidade, e aí o leite spot é comprado só no dia que precisa. Estamos aumentando o número de fazendas. Até o fim do ano, devemos chegar a 150 fazendas.

Qual é a produção atual?

A média dos produtos é entre 9 a 12,5 quilos, então a gente faz uma conta em que, sendo 100 mil litros de leite por dia, dão 10 toneladas por dia de produto.

Com a expansão para 2025, a produção dobra? O que você está esperando?

Em 2025, eu pretendo dobrar (a produção) e, em 2026, aumentar mais 100 mil litros; para agora, em 2024, com 100 mil litros, em 2025 chegar a 200 mil litros e, em 2026, com 300 mil litros de leite por dia.

Você vai aumentar o portfólio?

Ainda vou aumentar. Ainda vão entrar requeijão em pacote, bisnagas. Cheddar já estamos em teste, fabricando, e (vamos) aumentar em outros produtos.

É que aí é pegar mais mercado?

A gente trabalha muito com o produto A2A2. O leite A2A2 é produzido na fazenda do laticínio, que só tem animais A2A2. É um leite de alta digestibilidade, sobre as questões inflamatórias, intestinais. Geralmente, para o pessoal que não pode com lactose, o A2A2 elas podem tomar.

E a fazenda, você continuou também?

Sim, está sendo tirado o leite A2A2 em todas as vacas que têm esse DNA. Pretendo expandir também para pelo menos uns 10 mil litros por dia.

Conta um pouco a sua história?

Nós sempre fomos criados em fazendas, desde a época do meu pai. Eu tiro leite há muitos anos, há 20 anos. E leite é uma coisa de que tem que gostar muito, é uma coisa trabalhosa, então eu vi que, se eu montasse um laticínio, agregaria muito mais valor.

Você verticalizou a sua produção, viu que tinha espaço para criar outro laticínio?

O leite chega a um ponto em que a gente não consegue expandir tanto. Mas o laticínio pode expandir o tanto que quiser, porque a indústria consegue, em pequenos espaços, produzir muitos litros. E a fazenda, não, depende do espaço.

Qual é a área da indústria?

A indústria hoje está numa área de 70 mil m², mas ela tem 10 mil m² de construção.

E isso também cresce?

A gente tem que crescer, tem que construir mais pavilhões. Foi o primeiro projeto. Já foi para isso mesmo.

No caso de soro, a Porto Rico também já faz?

Nós já vendemos soro para vários outros laticínios que dessecam. No soro, vamos concentrar e mandar para São Paulo, numa empresa que desseca o soro.

 

 

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Bryce Cunningham, um produtor de leite escocês, proprietário de uma fazenda orgânica em Ayrshire (Escócia), lançou um produto lácteo para agregar valor ao leite de sua fazenda, que é um produto de ótima qualidade, sem aditivos, e é um exemplo de economia circular.

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