A ideia do projeto surgiu após uma conjunção de fatores, que culminaram em uma série de demandas feitas por produtores de caprinos e ovinos à Epamig ILCT em 2023. “A legislação para leite de cabra no país está desatualizada e atrelada a indicadores e referências internacionais, que muitas vezes não se aplicam à realidade brasileira e dificultam a produção. Além disso, não há legislação brasileira para leite de ovelhas”, conta Isis Renhe.
Ela destaca que os pecuaristas também demandam por novas tecnologias e equipamentos específicos voltados para a produção de leite não bovino e derivados, e que o Instituto é constantemente procurado por conta de seu pioneirismo, na década de 1990, no desenvolvimento de técnicas de secagem do leite de cabra.
Setor apresenta amplo potencial econômico para Minas Gerais
Segundo a professora, Minas Gerais é o maior produtor de leite de cabra e ovelha do Sudeste e possui centenas de produtores de leite caprino e ovino que atendem restaurantes e mercados especializados. “Temos uma cadeia tecnificada em Minas, com grande potencial para expansão e geração de renda.
Trata-se de um público consumidor em busca de produtos diferenciados, com texturas e sabores específicos e alto valor agregado, o que pode fortalecer a gastronomia e o turismo rural no estado”, explica Isis.
A ideia é que o projeto envolva propriedades localizadas em diversas partes de Minas, para que os resultados gerados sejam os mais representativos possíveis e ofereçam um diagnóstico que leve em consideração as variações existentes entre as regiões mineiras.
“É necessário que analisemos se as condições climáticas interferem na qualidade e na composição desses leites. A partir desse primeiro diagnóstico, vamos desdobrar o trabalho em novas pesquisas, futuramente, para otimizar cada vez mais a produção e a qualidade desses leites dentro das condições mineiras”, conclui a professora.