Conhecida no Brasil apenas pela marca Becel, a gigante de plant-based Upfield tem planos para ampliar sua atuação com novos produtos e até, em um futuro mais distante, montar uma fábrica no país.
Como primeira iniciativa de expansão, a empresa que fatura R$ 200 milhões no Brasil e 4 bilhões de euros globalmente, está trazendo a manteiga plant-based Becel ao país.
Plant-based x margarina
Diferentemente das margarinas produzidas pela empresa, que já são veganas por princípio, a manteiga promete entregar o mesmo sabor do produto feito com leite de vaca, mesma capacidade de emulsificar, com melhor desempenho para frituras devido a uma resistência mais alta ao calor.
Também é livre de gordura trans, de corantes e de sabores artificiais. Além disso, afirma a empresa, sua produção gera uma pegada de carbono 70% menor que a de um produto de origem animal e necessita 50% menos de água que uma manteiga comum.
“Na margarina, não há proteínas de ervilha e nem uma capacidade de emulsificar tão boa. A performance dessa manteiga é igual à de origem animal. O bolo sai fofinho”, afirma Pedro Jaureguiberry, diretor-geral da empresa no país.
O produto é feito com ervilhas e óleos vegetais como canola e girassol.
Já lançada na Europa e EUA, com 70% de recompra pelos consumidores, segundo ele, a manteiga plant-based tem roubado espaço da manteiga tradicional e não da margarina. “O futuro de alimentação mundial está no plant-based porque é mais saudável e é melhor para o planeta”, diz.
Segundo pesquisa da Nielsen, nove em cada dez brasileiros estão dispostos a pagar mais por alimentos que tenham algum tipo de benefício nutricional, e o consumo desses produtos cresce 10,6% ao ano devido ao dinamismo do mercado.
Também detectou que 65% da população consome alguma alternativa vegetal em substituição aos produtos de origem animal pelo menos uma vez por semana. Em 2020, esse percentual era de 59%. Além disso, quatro em cada dez pessoas, tem algum grau de intolerância à lactose.
Plant-based é tendência global
O crescimento global da categoria plant-based é de 10,3%, enquanto na América Latina taxa é de 6,6%.
“O crescimento só não é mais rápido porque os primeiros produtos plant-based lançados eram ruins e afastaram os consumidores que não são veganos”, acredita Jaureguiberry. A manteiga plant-based Becel, por exemplo, não tem sabor marcante de óleos como coco e amêndoas, diz.
A Upfield nasceu como um braço da Unilever, que foi vendido ao fundo de venture capital KKR em 2017, por US$ 8,03 bilhões. Está presente em 90 países e tem 49% da receita proveniente da Europa, 38% das Américas e 13% do Oriente Médio e Ásia e Pacífico.
Além das manteigas e margarinas, a empresa produz cremes vegetais, óleos e líquidos emulsificantes e queijos plant-based.
No Brasil, os produtos Becel são produzidos e distribuídos pela BRF. A manteiga plant-based será importada do Canadá. “Montar uma fábrica aqui é caro, mas não é o maior problema, eu quero fazer isso. A cadeia de distribuição refrigerada em um país tão grande é o maior entrave”, afirma o executivo.
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