Professores explicam que leptospirose e tétano são as principais zoonoses manifestadas.
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A recente série de enchentes no Rio Grande do Sul trouxe à tona não apenas desafios para os humanos, mas também preocupações com a saúde dos animais. Para entender os problemas desencadeados nesse cenário, o Jornal Bom Dia, entrevistou a coordenadora do Curso de Medicina Veterinária, Daniela Oliveira, o professor da disciplina de Clínica Médica de Grandes Animais – Ruminantes, Rodrigo Grando e a professora da disciplina de Epidemiologia e Saúde Única e Doenças Infectocontagiosas, Natalie Zorzi.

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Zoonoses
Segundo a professora de Epidemiologia e Saúde Única e Doenças Infectocontagiosas, Natalie Zorzi, durante o período de enchentes, as principais doenças que afetam os animais são a leptospirose e o tétano. Além disso, o contato entre animais e seres humanos pode resultar na manifestação de hantavirose e dengue.

Tétano
Natalie explica que o tétano é causado pela bactéria Clostridium tetani, que ao ter contato ao ambiente, fezes dos animais, bichos, restos em decomposição e materiais enferrujados, ela forma um esporo, criando um ambiente favorável para a contaminação ao animal que tem um ferimento. “A toxina liberada pelo tétano afeta o sistema nervoso, a musculatura do corpo fica em contração, gerando problemas que pode fazer o animal vir a óbito”, explica.

Leptospirose
Já a leptospirose, Natalie comenta que os principais relatos de manifestação são após enchentes, decorrente do tempo de contato com água. Os sintomas nos animais podem manifestar febre, apatia, perda de apetite e icterícia. “Se preconiza que é necessário um ferimento para a contaminação pela leptospirose, mas muitas pessoas e animais ficaram em contato por horas com a água, fragilizando a pele e facilitando a entrada da bactéria”, diz a professora.

Controle de qualidade
Quanto aos alimentos produzidos pelos animais de grande porte, o professor da disciplina de Clínica Médica de Grandes Animais – Ruminantes, Rodrigo Grando explica situações que estão associadas neste cenário.
Animais produtores de leite, como vacas, não conseguem ser ordenhados regularmente em cenários de desastre, o que pode levar ao contato com barro ou água suja e ao desenvolvimento de mastite, comprometendo a qualidade do leite. No entanto, órgãos de inspeção controlam eficazmente a qualidade do leite.
“Esses alimentos serão inspecionados e os que não tem qualidade não vão chegar ao consumir. O produto é de qualidade e não estará contaminado, pois o trabalho de inspeção é eficaz. Assim como o leite, os animais de corte, como os bovinos, ovinos e suínos que chegam ao consumo são qualificados e livre de riscos”, evidencia o professor, Rodrigo Grando.

Problemas metabólicos e logísticos
Além disso, o profissional explica que animais de corte ou leite podem desenvolver doenças metabólicas devido à falta de alimentos, usando as reservas do corpo e diminuindo o rendimento zootécnico, o que afeta a produção de carne, leite e lã. Alagamentos também causam problemas logísticos, dificultando a entrega de ração e o transporte dos animais para abate nos frigoríficos.

Gincana Solidária
A coordenadora do Curso de Medicina Veterinária, Daniela Oliveira, comenta que o urso de Medicina Veterinária da URI Erechim organizou uma Gincana Solidária de doações para os animais vítimas das enchentes no Rio Grande do Sul. “A URI por ser comunitária, entende que precisa estar na comunidade nesse processo. Esse é objetivo da Medicina Veterinária, estar na comunidade atendendo o que for necessário”, Daniela.
Os alunos e professores arrecadaram mais de 5 Kg de rações de pequenos e grandes animais, petiscos para felinos e caninos, potes e comedouros, cobertores, caminhas, coleiras e guias, casinhas, roupas, caixas e a areia para felinos.

Além disso, o Centro Clínico Veterinário doou medicações, ataduras, esparadrapos, agulhas, seringas, entre outros produtos, que serão utilizados pelos Médicos Veterinários que foram para atendimentos nos abrigos. A Cassul Distribuidora, parceira do Curso, também doou kits de almofadas, caminhas, coleiras, ração, shampoo a seco e vermífugos.

O curso também teve professores e alunos voluntários na linha de frente junto aos abrigos para animais resgatados nas enchentes em Porto Alegre e no Vale do Taquari.

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