A Federação dos Trabalhadores na Agricultura no Rio Grande do Sul (Fetag/RS) está articulando as 23 regionais para uma mobilização em defesa da cadeia produtiva do leite.
mobilização
Alto custo de produção e concorrência de importados são as justificativas para o ato.
A Federação dos Trabalhadores na Agricultura no Rio Grande do Sul (Fetag/RS) está articulando as 23 regionais para uma mobilização em defesa da cadeia produtiva do leite.

A atividade está programada para o dia 1º de agosto, a partir das 9 horas, no porto internacional de Porto Xavier, na região das Missões.

A regional Vale do Rio Pardo e Baixo Jacuí, da qual Santa Cruz do Sul faz parte, será representada por 45 produtores. Na última sexta-feira, 21, o presidente do Sindicato dos Trabalhadores Agricultores Familiares de Santa Cruz e região, Sergio Reis, informou que um ônibus sairá do município para o ato.

Em entrevista ao programa Rede Social da Rádio Gazeta FM 107,9, Reis explicou os principais motivos da mobilização. Afirmou que a importação, muito acima da média, de derivados de leite e compostos lácteos ocasiona prejuízos aos produtores que, atualmente, têm arcado com alto custo para manter a produção.

“Os insumos estão com o preço elevadíssimo e, além disso, houve diminuição no valor pago pelo litro”, disse, observando que a mobilização se faz necessária porque as diversas tentativas de negociação e proteção ao produtor, feitas nos últimos meses, não foram exitosas.

O presidente destacou que vários produtores de pequeno e médio porte precisaram sair da atividade pelo fato de algumas empresas de laticínios deixarem de comprar daquelas propriedades, cuja produção diária é inferior a 200 litros. Isso atingiu especialmente as famílias que tinham a produção de leite como segunda fonte de renda.

Com relação à estimativa de que em Venâncio Aires a produção de leite aumente em 12% neste ano, na comparação com 2022, Reis observou que não significa necessariamente lucro para o produtor e sim um esforço para manter a atividade e conseguir um retorno maior no preço por litro.

 

Reivindicações

  • Implementação de barreira comercial para impedir a entrada de leite e derivados dos países membros do Mercosul.
  • Mudança nas regras do Programa de Garantia da Atividade Agropecuária (Proagro) para não prejudicar os agricultores e pecuaristas familiares que enfrentaram três secas consecutivas.
  • Atualização do limite do Imposto de Renda para os agricultores e pecuaristas familiares.
  • Correção ou rebate no enquadramento da Declaração de Aptidão ao Pronaf (DAP) e do Cadastro Nacional da Agricultura Familiar (CAF) para acessar os financiamentos de custeio e investimento.
  • Implementação de regra para que nenhuma empresa ou indústria que importar leite ou derivados receba qualquer tipo de benefício fiscal do Estado.
  • Liberação do recurso do Fundoleite para implementar políticas de apoio ao produtor de leite no Rio Grande do Sul.

 

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