A Nestlé anunciou nesta quinta-feira (22) um novo CEO para substituir Mark Schneider. Agora, quem assume a multinacional é Laurent Freixe, chefe de operações na América Latina.
O mercado ainda tem questionamentos sobre o motivo desta troca. Como reação à decisão, o papel caiu quase 4% na abertura do pregão na Europa nesta sexta (23), mas conseguiu se recuperar e encerrar o dia no azul na bolsa suíça (+0,11%).
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A mudança ocorreu apenas um mês depois de a Nestlé ter reduzido a orientação de vendas para o ano e ter afirmado que os preços estavam sendo pressionados pelo aumento da atividade promocional, à medida que os consumidores procuravam alternativas mais baratas aos produtos de marca.
“O conjunto de habilidades do novo CEO é mais adequado ao ambiente atual. Nesta situação de mercado são necessárias qualidades diferentes, alguém que vá lá, conecte e motive as pessoas”, disse o presidente da Nestlé, Paul Bulcke, em teleconferência com analistas.
O mercado não ‘gostou’ do novo CEO da Nestlé?
A mudança de comando da Nestlé deixa várias perguntas a serem respondidas, escreveram os analistas da RBC Capital Markets James Edwardes Jones e Wassachon Fon Udomsilpa em nota.
“Não sabemos nada sobre as razões da saída de Mark Schneider e da substituição por Laurent Freixe”, disseram os analistas. “Parece uma medida dura se for apenas uma resposta à recente fraqueza financeira e dos preços das ações.
A decisão da Nestlé de substituir o CEO Mark Schneider por Laurent Freixe sugere que a gigante alimentícia suíça está voltando às raízes em um período incomum em que está em águas turbulentas, segundo o analista da Vontobel, Jean-Philippe Bertschy, em nota.
“Há uma necessidade urgente de a empresa encontrar algum tipo de estabilidade para recuperar a confiança dos investidores. Os próximos meses serão decisivos“, afirmou.
O analista ainda espera que a empresa possa fazer mais mudanças daqui em diante na alta administração.
Já analistas da Jefferies avaliam que a Nestlé pode reduzir a projeção de margem para 2025 após a substituição, em meio a um aumento dos custos das commodities.
“O segundo trimestre da gigante alimentar suíça pareceu ser o início de uma redefinição de preços e, combinado com a mudança de CEO, põe em questão a atual orientação de margem de 17,5% a 18,5%”, escreveram.
Para analistas do Deutsche Bank, a mudança do CEO levantará questões sobre até que ponto os volumes de vendas da Nestlé poderão se recuperar no segundo semestre do ano e se os objetivos de rentabilidade serão mantidos.
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Quem é o novo CEO da Nestlé e quais são seus planos para a empresa
Laurent Freixe assume oficialmente no dia 1º de setembro. Na Nestlé desde 1986, o executivo já atuou em diversas funções, incluindo chefe da Europa e das Américas.
O executivo falou aos analistas que a Nestlé precisa equilibrar igualmente a participação de mercado e a lucratividade, com investimentos focados em ganhar market share.
Em comunicado, ele também reforçou que a empresa tem “pontos fortes inigualáveis, como marcas e produtos icônicos” e “uma presença global incomparável”.
“Podemos posicionar estrategicamente a Nestlé para liderar e vencer em todos os lugares em que operamos”, complementa.
* Com informações da Agência Estado