Os principais exportadores globais de lácteos, como a União Europeia e a Nova Zelândia, já estão alcançando seu máximo potencial produtivo, enquanto a demanda mundial por lácteos continuará aumentando. Isso representa uma oportunidade inigualável para o setor lácteo chileno. Os consumidores estão buscando produtos lácteos de qualidade, produzidos de forma sustentável, algo que já fazemos no nosso país.
No último mês de outubro, em Paris, uma delegação chilena, liderada pela subsecretária de Agricultura e representantes do Consorcio Lechero, Fedeleche, Odepa e Exporlac, recebeu dos franceses, durante a cerimônia de encerramento da Cúpula da IDF, a “chave simbólica”, assumindo a enorme responsabilidade de organizar a próxima Cúpula Mundial do Leite em nosso país.
Ingredientes lácteos | Transformação do soro de leite no Brasil, Argentina, Chile e Uruguai
Essa conquista é uma excelente oportunidade para o setor lácteo chileno, proporcionando uma vitrine inigualável para mostrar ao mundo que estamos fazendo um trabalho excepcional. Nossos produtos lácteos são de classe mundial, com tecnologia de ponta tanto na produção primária quanto na indústria de processamento. Além disso, apresentamos avanços concretos em sustentabilidade, como a Certificação de Fazendas Lácteas com o “Selo Chile Origen Consciente” do Ministério da Agricultura e os “Acordos de Produção Limpa da Indústria Processadora de Lácteos”.
O trabalho sério, responsável e comprometido da cadeia láctea chilena nos permitiu ser a primeira nação sul-americana, em 120 anos de história da Federação Internacional de Laticínios, a ser designada como sede da Cúpula Mundial do Leite (IDF World Dairy Summit, Santiago 2025). O evento acontecerá em outubro de 2025, na cidade de Santiago, com visitas técnicas ao sul do Chile, o coração da produção leiteira do nosso país.
Atualmente, nossa balança comercial de lácteos é negativa, somos um país deficitário em leite. No entanto, temos o potencial para reverter essa situação. Para isso, é necessária a decisão e o comprometimento de todos os atores envolvidos, pois trata-se de um processo gradual e de longo prazo, que exige unir esforços e continuar fortalecendo a colaboração público-privada. Essa parceria tem sido um foco importante nos últimos anos para proporcionar maior segurança aos investidores.
A boa notícia é que, com o apoio da Odepa, Fedeleche, Exporlac e do FIA, já iniciamos um projeto de diagnóstico do setor lácteo. Este estudo permitirá identificar, de forma objetiva e quantitativa, as razões pelas quais não crescemos em produção de leite na última década. Além disso, nos ajudará a determinar os fatores que precisamos ativar para retomar o caminho do crescimento.
Com esse diagnóstico e o esforço conjunto de todos os atores envolvidos, seremos capazes de desenvolver e implementar um plano estratégico sólido, realista, de longo prazo e consensuado por toda a cadeia produtiva. O Chile tem todas as condições para crescer e se consolidar como um ator relevante no mercado lácteo internacional.