Para a produção tornar-se mais competitiva, há a necessidade da pesquisa de forrageiras para identificar variedades mais adaptadas à região. A melhoria da qualidade da alimentação do rebanho proporcionará um salto notável na elevação da qualidade da produção e na diminuição de custos, com consequente melhoria da renda dos produtores.
A cadeia produtiva do leite tornou-se uma das mais expressivas do ponto de vista econômico e social. Em situações de normalidade de oferta de insumos, garante renda mensal às famílias rurais e permite que permaneçam no campo com boa qualidade de vida. Nesse momento, infelizmente, a escassez de grãos e o alto custo do milho encareceu a nutrição do gado leiteiro à base de ração.
A saída mais racional é a ampliação do sistema de produção de bovinos a pasto. Essa é uma das motivações pelas quais a Federação da Agricultura e Pecuária de Santa Catarina (Faesc) reivindica ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento a instalação de um núcleo de pesquisas voltadas ao gado leiteiro, com ênfase para forrageiras, em território catarinense, no âmbito da Embrapa.
Quando os custos de produção estão em níveis aceitáveis para a viabilidade da atividade leiteira, as pequenas unidades de produção proporcionam renda importante para as famílias rurais e exibem notável desenvolvimento técnico da produção, especialmente da genética e sanidade. O Estado já foi o quarto produtor, mas, nos últimos anos, as estiagens e o êxodo de produtores levaram a concentração da produção em menor número de criadores. Atualmente é o quinto produtor nacional, gera mais de três bilhões de litros/ano. Praticamente, todos os estabelecimentos agropecuários produzem leite, o que gera renda mensal às famílias rurais e contribui para o controle do êxodo rural. São cerca de 80 mil produtores de leite – mas atualmente apenas 30 mil são produtores comerciais – e geram mais de oito milhões de litros/dia.
Para a produção tornar-se mais competitiva, há a necessidade da pesquisa de forrageiras para identificar variedades mais adaptadas à região. A melhoria da qualidade da alimentação do rebanho proporcionará um salto notável na elevação da qualidade da produção e na diminuição de custos, com consequente melhoria da renda dos produtores.
A proposta da Faesc já foi apresentada no passado ao Ministério da Agricultura e consiste na instalação de uma unidade da Embrapa no Estado de Santa Catarina para a pesquisa de forrageiras e outras tecnologias voltadas à produção de leite e, também, gado de corte. Os pastos hoje utilizados, via de regra, são de espécies provenientes de regiões distantes e de baixa adaptação ao microclima, resultando em limitado desenvolvimento e baixa eficiência nutricional.
Atualmente, a Embrapa mantém duas unidades em Santa Catarina. Uma em Concórdia, a Embrapa Suínos e Aves, com pesquisas em suínos e aves e tecnologias correlatas, especialmente de proteção ao meio ambiente. A outra é o Escritório de Negócios de Canoinhas, com pesquisas e produção de batata-semente; mudas de frutíferas; semente básica de cebola e ramas livre de vírus de batata doce.
O novo núcleo de pesquisa poderá ser criado junto à Embrapa de Concórdia ou, ainda, em outra região de larga tradição pecuária. O foco seria a produção e manejo de forragem, o que geraria conhecimentos para a melhoria da alimentação animal, além da possibilidade de agregar valor ao leite pelo sistema de produção a pasto ao tempo em que devolveria a lucratividade do setor.