A cartilha do Programa Leite para a Primeira Infância, lançada pela Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social (Sedese), em parceria com a Secretaria de Estado de Saúde (Ses-MG), marca um novo passo na integração entre políticas de saúde e segurança alimentar em Minas Gerais.
O material, voltado a profissionais da Atenção Primária à Saúde, oferece orientações sobre o uso adequado do leite distribuído pelo programa, reforçando boas práticas nutricionais, cuidados com a saúde bucal e o consumo seguro do produto.
Segundo a Sedese, a publicação é resultado das discussões do Comitê da Primeira Infância, um espaço intersetorial dedicado a aprimorar as ações voltadas às crianças de até seis anos. Durante as reuniões do comitê, foi destacada a importância de fortalecer o vínculo entre as áreas de Segurança Alimentar e Saúde, o que levou à elaboração conjunta do documento técnico.
A secretária de Estado de Desenvolvimento Social, Alê Portela, destacou que a cartilha simboliza a união entre diferentes frentes do governo com um objetivo comum: garantir o desenvolvimento saudável das crianças mineiras.
“O cuidado com a primeira infância é uma das formas mais eficazes de promover desenvolvimento social. A parceria entre a Sedese e a Saúde reforça esse compromisso do Governo de Minas, criando condições para que nossas crianças cresçam com saúde, dignidade e novas oportunidades”, afirmou Portela.
Segurança alimentar e fortalecimento da agricultura familiar
O Programa Leite para a Primeira Infância é coordenado pela Sedese e executado em parceria com o Instituto de Desenvolvimento do Norte e Nordeste de Minas Gerais (Idene). Ele beneficia crianças de 2 a 6 anos, pertencentes a famílias em situação de pobreza ou extrema pobreza, com prioridade para mães solo inscritas no CadÚnico.
Além de garantir o acesso a um alimento de alto valor nutricional, o programa tem impacto direto na economia local e na agricultura familiar. O leite distribuído é adquirido de laticínios credenciados, que compram diretamente de pequenos produtores rurais, fortalecendo os circuitos regionais e assegurando renda a centenas de famílias do campo. Essa política pública integra segurança alimentar, inclusão produtiva e desenvolvimento territorial — um modelo que alia benefícios sociais e econômicos.
Desenvolvimento infantil como prioridade
A cartilha reforça a mensagem de que investir na primeira infância é fundamental para o presente e o futuro das crianças. Os primeiros seis anos de vida concentram etapas cruciais do desenvolvimento cerebral, motor, emocional e social, e exigem acompanhamento qualificado por parte das equipes de saúde.
Nesse sentido, o documento destaca a importância das consultas de puericultura nas Unidades Básicas de Saúde (UBS), onde são monitorados peso, estatura e estado nutricional, além de orientações sobre amamentação, vacinação e cuidados integrados.
A publicação segue as diretrizes do Ministério da Saúde, recomendando aleitamento materno exclusivo até os seis meses e sua continuidade até os dois anos ou mais. Também alerta que o leite de vaca não deve ser ofertado no primeiro ano de vida, devendo sua introdução ser avaliada individualmente pelos profissionais de saúde conforme as necessidades nutricionais da criança.
Orientações práticas para o uso do leite
O material técnico reúne recomendações práticas para orientar as equipes de Atenção Primária e as famílias beneficiadas. Entre elas, estão as quantidades diárias recomendadas por faixa etária, instruções sobre armazenamento, preparo e higiene, além de cuidados para prevenir problemas nutricionais e de saúde bucal.
Essas orientações visam não apenas garantir o consumo seguro, mas também promover a formação de hábitos alimentares saudáveis desde cedo. A abordagem conjunta das secretarias demonstra o compromisso do Governo de Minas com uma infância mais saudável e protegida, combinando distribuição de alimentos com orientação técnica qualificada.
Política integrada e compromisso social
Ao unir esforços entre a Sedese, a Ses-MG e o Idene, o Programa Leite para a Primeira Infância consolida-se como uma referência em política pública integrada no Brasil. A iniciativa conecta o campo à cidade, o social ao nutricional e o alimento à educação, promovendo um ciclo virtuoso de desenvolvimento humano e regional.
A cartilha lançada em outubro de 2025 sintetiza essa visão: o leite é mais que um alimento — é uma ferramenta de transformação social, capaz de melhorar a qualidade de vida das famílias e garantir um futuro mais saudável para as crianças mineiras.
*Escrito para o eDairyNews, com informações de Sedese