A atividade bovina leiteira tem se tornado cada vez mais desafiadora e o proprietário deve conhecer o rebanho com que está trabalhando, tomar decisões com agilidade e procurar reduzir os erros ao máximo para poder ser mais assertivo.
O planejamento nutricional é fundamental e a ração é considerada ponto importante na composição de dietas para atingir altas produtividades. Por isso, deve ser desenvolvida e balanceada de acordo com a exigência do rebanho, já que, para cada categoria animal, existe uma formulação específica.
As orientações são do assistente técnico Comercial da Cotribá, André Manica, ao destacar a responsabilidade do profissional de campo em formular uma dieta sob medida para que o animal possa atingir seu máximo potencial produtivo.
Manica afirma que o principal equívoco é uma dieta mal formulada com a não compatibilidade dos alimentos e o com o uso de produtos de baixa qualidade. “Muitos produtores fazem uso de alimentos sem parâmetros. Em função disso, acabam não atendendo à exigência nutricional de cada categoria animal, impedindo que a vaca expresse o potencial produtivo e, muitas vezes, com elevado custo de produção”.
Ele ressalta que antes de qualquer ajuste nutricional é preciso ter uma análise bromatológica de cada alimento (composição, propriedades e ação no organismo) que será fornecido e, assim, poder desenvolver a dieta compatível. Hoje, as raças que predominam nas propriedades da Região Sul são a Holandesa e a Jersey, mas também estão presentes em algumas propriedades as raças Gir Leiteiro e Girolando.
O assistente técnico Comercial da Cotribá lembra que esta época do ano, com temperaturas mais amenas e climas mais frios, é a melhor para o gado leiteiro porque proporciona maior bem-estar aos animais. “No verão, as vacas acabam ficando a maior parte do tempo em estresse calórico devido às altas temperaturas”.
Manica observa que não existe uma tabela ideal de alimentação para as vacas, nem mesmo um padrão, pois varia conforme exigência de cada rebanho ou categoria animal. No entanto, reforça que os principais pontos a serem levados em conta são planejamento forrageiro, raça do animal, sistema de criação, objetivo de produtividade e recursos físicos.
“A dieta oferecida aos animais vai depender muito do tipo de sistema de criação que estamos trabalhando. Vacas criadas a pasto, por exemplo, irão receber parte da dieta via cocho e o restante os animais buscarão na pastagem. Já as vacas confinadas terão todo volume da dieta diretamente no cocho”, exemplifica.
“O fornecimento de alimentos de excelência e na quantidade certa é o principal fator para a sustentabilidade do sistema leiteiro. Devemos planejar muito bem para que tenhamos os insumos sempre disponíveis, como uma ração sob medida e uma boa silagem.
Sem esta organização, haverá impactos negativos na eficiência produtiva e, até mesmo, na qualidade de vida dos animais”. Manica ainda destaca que está se tornando cada vez mais difícil para os proprietários produzirem a própria alimentação de seu rebanho no volume e qualidade necessários.
“Isso ocorre especialmente devido ao momento de estiagem que estamos vivendo. Então, para amenizar estes efeitos, devemos fazer um planejamento forrageiro apropriado para cada propriedade. Os profissionais técnicos, por sua vez, devem apresentar estratégias nutricionais adequadas e que condizem com cada realidade, garantindo a máxima rentabilidade do produtor”.
Fábrica de rações
Alinhada ao seu propósito de atender o produtor em todas as suas demandas, a Cotribá deverá concluir, no segundo semestre de 2023, a primeira fase da nova fábrica de rações em Ibirubá, que irá ampliar de 100 mil para 300 mil toneladas a capacidade anual de produção de rações da cooperativa. É um investimento total de R$ 150 milhões para produção de ração de bovinos de leite e corte, suínos, aves, equinos, ovinos e suplementos minerais. A unidade é totalmente automatizada e contará com sistemas robotizados no ensaque e expedição. A Cotribá já tem duas fábricas de rações, em Ibirubá e Tapera, e é a maior produtora de rações para o gado leiteiro do Estado.
“Todos os produtores que adquirem ração da Cotribá sempre terão o insumo na hora certa”, afirma o presidente da cooperativa, Celso Krug, observando que é feita uma análise nutricional dos animais para formular a ração conforme a necessidade do plantel. “A Cotribá produz a ração e garante a entrega na propriedade. O produtor apenas precisa estar atento à necessidade de seu estoque, pois se não tiver ração um dia, ele vai desorganizar o sistema alimentar da vaca por vários dias”.
Sobre a Cotribá
Com sede em Ibirubá e fundada em 21 de janeiro de 1911, a Cotribá é a mais antiga cooperativa agropecuária em funcionamento no Brasil. Tem, atualmente, mais de 9 mil associados e mais de 1.400 colaboradores. Sua atuação na comercialização de produtos, serviços, área de produção animal e assistência técnica abrange todo o estado do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná, atendendo mais de 30 mil clientes.
São milhões de hectares de área cultivada principalmente com soja, trigo, milho, cevada, aveia e canola. Além disso, a cooperativa conta com 23 lojas agropecuárias, veterinária e peças para maquinário agrícola, 37 revendas, 05 postos de combustível, 04 supermercados e 02 fábricas de rações.