O preço do saco de milho se manteve acima dos R$ 60,00 no período de 25 de agosto a 2 de setembro, atingindo o pico de R$ 61,25 em 31 de agosto, recorde nominal da séria histórica do Esalq/BM&FBovespa. Apesar de recuar para R$ 59,06 em 4 de setembro, mantém-se distante dos R$ 36,63 da mesma data no ano passado e, ao longo de 2020, se sustentou a maior parte do tempo entre os R$ 50,00 e os R$ 60,00, com raras quedas para menos de R$ 50,00. No Rio Grande do Sul, o Informativo Conjuntural da Emater/RS-Ascar apurou cotação média de R$ 50,44 em 3 de setembro, largamente superior à de R$ 33,18 da mesma época no ano passado. A valorização do grão gera diferentes reações dentro do setor agropecuário. Enquanto os agricultores que ainda têm o grão para vender comemoram a alta, os criadores de suínos e aves se queixam dos custos do item, indispensável à produção dos animais.
De acordo com o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/Esalq/USP), a alta ocorre mesmo com a colheita avançada da segunda safra do grão no Paraná e estados do Centro Oeste e com as estimativas apontando produção recorde no país. No Rio Grande do Sul, no entanto, a disponibilidade é menor por causa da quebra de 28,4% da safra 2019/2020. A análise do Cepea/Esalq/USP indica que a retenção do milho pelos vendedores, a demanda interna firme e as exportações em ritmo aquecido são as principais justificativas para a manutenção dos preços.