O leite ficou mais barato em setembro para os consumidores do país. No entanto, os preços não caíram apenas para a população, mas também para os produtores do país.

De acordo com o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/USP, o preço do leite captado em agosto e pago em setembro tombou 14,7%. Isso corresponde a uma queda de 52 centavos por litro.

Isso quer dizer que os produtores de leite do país receberam bem menos em setembro, quando comparado a agosto. Com o acréscimo desse resultado, o preço do litro do leite caiu para R$ 3,0476 na “Média Brasil”, segundo o Cepea.

Embora o recuo tenha sido bastante expressivo, o preço do leite pago aos produtores continua muito elevado. Em resumo, o leite no campo acumula uma valorização real de 37,2% em 2022, em termos reais, descontada a inflação.

Entenda por que o preço do leite caiu em setembro

Segundo o Cepea, o enfraquecimento no preço do leite ocorreu devido à queda da demanda ao longo de agosto. A saber, os preços dispararam nos últimos meses por conta dos “estoques de derivados limitados nos atacados e baixa oferta de leite cru no campo”, informou o Cepea.

Contudo, esse cenário de preços elevados provocaram uma retração no consumo da população brasileira. Assim, os distribuidores passaram a pressionar os laticínios por preços mais baixos dos derivados, uma vez que os altos valores cobrados pelo item não se sustentaram.

“Ademais, o expressivo aumento das importações nos últimos meses tem contribuído para elevar a disponibilidade de lácteos no mercado interno. De acordo com dados da Secex, em agosto, o volume importado de lácteos subiu quase 64%, e o déficit da balança comercial se aproximou de 170 milhões de litros em equivalente leite”, disse o Cepea.

Por fim, a entidade estima que a produção de leite ganhe fôlego no último trimestre de 2022. Dessa forma, os preços do leite e dos seus derivados deverão continuar caindo no país.

No entanto, “é difícil prever a intensidade deste movimento de desvalorização, já que o potencial de aumento da oferta ainda é um ponto de incerteza para o setor”, finalizou o Cepea.