Presidente da Faemg, Roberto Simões explicou que grande agricultor colhe sua safra normalmente, mas o pequeno ainda sofre com barreiras nas estradas e com falta de consumo

Presidente da Faemg, Roberto Simões explicou que grande agricultor colhe sua safra normalmente, mas o pequeno ainda sofre com barreiras nas estradas e com falta de consumo

Roberto Simões
Presidente da Faemg, Roberto Simões, em entrevista para a LIve do Tempo
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Foto: João Godinho

Em plena pandemia de coronavírus, a agricultura é a única atividade econômica que ainda apresenta crescimento no país. Em Minas Gerais, não é diferente. Dando um panorama sobre o cenário no Estado, o presidente da Federação do Sistema da Agricultura e Pecuária de Minas (Faemg), Roberto Simões, explicou que, para o grande produtor, pouca coisa mudou, diferentemente do pequeno.

Em entrevista para a série Live do Tempo, Simões disse que a grande agricultura agora colhe suas safras e “seguem o processo natural” do campo, sem grandes problemas com a pandemia. Em contrapartida, o pequeno agricultor ainda sofre com a crise.

“A gente já começa a sentir muitos problemas, houve interrupção de estradas, porque muitos prefeitos colocaram barreiras temendo o fluxo de pessoas, então a pessoa não podia entregar o leite. E de produtos como flores, as vendas caíram assustadoramente, além de outros dos hortigranjeiros. O consumo também dificultou que as pessoas não tenham acesso fácil como tinham antigamente a alguns produtos, e nós estamos monitorando”, garantiu o presidente da Faemg.

Apesar disso, Simões garantiu que não há problema de desabastecimento, pelo menos não por parte dos agricultores. “Por enquanto temos absoluta tranquilidade que nada vai acontecer de falta de produto, de nossa parte. Não há problema algum de desabastecimento”, disse.

Missão

Simões ainda disse que, em Minas Gerais, mais de 90% das propriedades agrícolas são de pequeno e médio porte. Nesse sentido, a entidade tenta trazer essas famílias ao novo mundo, da tecnologia, para ampliação de negócios e, consequentemente, ampliação dos lucros.

“O Sul do Brasil tem mais consciência cooperativa. Aqui nós temos alguns setores que funcionam muito bem. Mas a grande maioria das cooperativas que atendem o produtor não tem senso de que o pequeno é dono e precisa ter retorno do seu capital investido”, disse.

Simões ainda exemplificou que a situação no Triângulo se difere e muito daquela do Norte do Estado. “Precisamos caminhar, e isso só é possível com a união das pessoas”, reforçando que o grande trabalho é pegar a massa de pessoas que estão fora da grande agricultura para formar uma grande classe média rural.

Cana-de-açúcar

Em relação ao setor de produção de etanol em Minas, há algumas recomendações. Uma delas seria a recomposição das perdas pela Cide, compensação da diferença entre os preços da gasolina e do álcool. “Brasileiro adora falar mal de si próprio e dos seus produtos. Mas estamos em uma campanha forte no sentido de ‘seja brasileiro e consuma álcool’. Isso movimenta a nossa economia. Eu, como sou fanático, mineiro, só uso etanol”, frisou.

Agrotóxicos

Sobre a liberação da utilização de pesticidas agrícolas na produção, Simões disse que é necessário ser competitivo no mercado. “Você leva oito anos, dez anos para fazer uma molécula nova na Anvisa. A agricultura não aguenta essa demora. Eu não consigo entender se é uma coisa ideológica que não usemos defensivos e transgênicos. É uma falta de informação”, disse.

“Você não faz uma agricultura grande e competitiva sem usar defensivos e sem usar transgênicos, que já foram comprovados em todo o mundo que não fazem mal”, frisou. E reforçou: “Não conseguiríamos exportar se tivessem erros. Os ricos não compram produtos suspeitos”.

Companhia do interior de São Paulo deve faturar mais de R$ 1 bilhão e descarta boatos de venda; mirando um eventual IPO, o plano é crescer com M&As, com dois negócios já no gatilho.

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