A condição no RS se agrava a cada ano também pela estiagem, que em 2022 foi uma das piores dos últimos tempos. O representante do Sindilat aponta a política tributária gaúcha como mais um fator que fragiliza o setor do leite frente aos demais estados brasileiros.
Sobre a diminuição de produção, Palharini compara o primeiro trimestre deste ano com o último do ano passado. Os indicadores apontam uma redução de 10% em todo o Brasil. São 570 milhões de litros a menos no período, o que correspondente a produção total de Santa Catarina, um grande player nessa área.
Segundo as leis de mercado, com as indústrias sem estoque, e a demanda em alta devido às políticas assistenciais em momento de crise econômica, há pouca margem no ramo leiteiro e o preço sobe. Esse fenômeno também ocorre em países vizinhos como Argentina e Uruguai, e na própria Europa. Além dos fatores citados, com um movimento mundial de abandono à atividade, Palharini adiciona as preocupações ambientais para reduzir emissão de carbono, que impactam em cheio a cadeia leiteira.
Olhando em perspectiva, o representante da indústria nota que a escalada do preço do leite e seus derivados ocorreu nos últimos 60 dias no país. O preço fugiu da previsibilidade a partir de abril — o pior mês de produção para o leite no Brasil todo por causa da alta demanda das indústrias de chocolates e massas, que têm o leite em pó nas suas composições.
“Eu acredito até que talvez haja uma estabilização no preço de alguns produtos”, projeta, ao citar que em julho já é possível identificar aumento de produção. O secretário-executivo do Sindilat pontua que o mercado já teria passado pelo boom do preço entre o fim de maio, o mês de junho inteiro e o começo de julho.