A produção de leite é o patinho feio do agronegócio, mas é a nova estrela! Sim, patinho feio porque o Brasil não é ainda um exportador de lácteos, mas tem tudo para ser uma potência láctea mundial.
Não faltam produtores realizando grandes investimentos na produção leiteira e promovendo importantes inovações. Nossa bacia leiteira é privilegiada em termos de recursos naturais, condições sociais, realidade fundiária e de infraestrutura física.
Por isso muitos laticínios vieram aqui se instalar, mas falta muita organização sobretudo dos produtores. Toda bacia leiteira que se preza tem produtores de leite que se organizam em cooperativas próprias para o acesso a insumos e transformação e ou comercialização da produção. Na nossa região, existem poucas cooperativas de leite.
South Dairy Trade Report N° 67: Relatório e análise de preços de laticínios na Argentina e no Uruguai
Ocorre que a possibilidade de produzir em grande escala permite diluir custos e barganhar melhores preços no mercado. Estes grandes produtores hoje são tão competitivos quanto os produtores argentinos ou uruguaios, mas se beneficiam de um preço mais alto do leite que caracteriza o nosso mercado interno.
Agora o preço do leite já não é mais tão sazonal porque grandes produtores produzem a mesma quantidade o ano inteiro, mas o mercado continua “uma gangorra”. Aumenta a produção e os preços caem, diminui a produção e os preços aumentam. Será assim enquanto o Brasil não conseguir se tornar um grande exportador de lácteos.
EDAIRY MARKET | O Marketplace que Revolucionou o Comércio Lácteo
Mas o setor, também por isso, é muito fragmentado. Tem muitos sistemas de produção de leite e de diferentes tamanhos. Além do que a indústria acirra a competição entre produtores de leite fazendo pagamentos diferenciados e recomendando ao produtor para que não.
É também comente e é um setor muito sonegado. Tudo isto contribui para dificultar a organização dos produtores de leite.
Mas para que não apenas alguns poucos e grandes produtores se tornem competitivos, é fundamental que em cada município se organize um grupo de entendidos na atividade, uma inteligência, a começar pelo conhecimento do preço do leite na plataforma de cada laticínio de modo a que os produtores saibam o que a esse laticínio convêm pagar e que ao pagar mais uns, outros terão que receber menos.
Esse mix de preços deveria ser construído de baixo para cima, por meio do entendimento e da comunicação entre os próprios produtores de modo a criar uma relação ganha-ganha com a indústria e superar relações oportunistas que trazem insegurança para todos. A organização e qualificação dos nossos produtores de leite é fundamental!
