Joaquim Lé de Matos sublinha que este cenário, bem como o aumento do preço do queijo de Denominação de Origem Protegida da Serra da Estrela, são uma das consequências do incêndio que assolou a região. «Os fogos vieram, obviamente, fazer com que alguma desta fileira e alguns intervenientes, sobretudo os pastores, que fornecem o leite, batessem no fundo», considera, explicando que o setor já se debatia com a seca extrema e o aumento «elevadíssimo» dos custos. Segundo o dirigente, o aumento deverá ser da ordem dos 6 a 7 por cento, o que «não chega ao valor da inflação e que vai ser insuficiente, mas vai contribuir para combater o impacto dos incêndios e da seca extrema». «Com a seca extrema e estes incêndios, verificamos que vai haver obrigatoriamente uma diminuição na produção de leite no próximo alavão, que se inicia em setembro», alerta.
O presidente da Estrelacoop afirma que, consequentemente, vai haver uma redução da produção do queijo Serra da Estrela DOP e vai lançar uma campanha de sensibilização aos consumidores para o «facto de existir uma pulverização do preço do queijo e, por sua vez, uma valorização» do preço do leite. «Só assim é que esta fileira do queijo Serra da Estrela se manterá à tona», sublinha Joaquim Lé de Matos, antevendo um aumento do preço do queijo DOP Serra da Estrela entre 50 a 80 cêntimos por quilo. Assim, o objetivo da Estrelacoop é negociar com as grandes superfícies, que atualmente absorvem entre 75 a 78 por cento da produção, a um preço que varia entre os 17 e os 17,5 euros. «Pelo menos, queríamos chegar aos 18 euros por quilo», espera o responsável. A Estrelacoop, sediada em Celorico da Beira, tem cerca de oito dezenas de produtores de leite e de queijo associados, dos quais 29 são produtores certificados do queijo Serra da Estrela. A cooperativa é também responsável pela DOP Queijo Serra da Estrela Velho, Requeijão Serra da Estrela e Borrego Serra da Estrela.