Agricultores da região de Flandres, no norte da Bélgica, estão mobilizando milhares de tratores desde ontem (3) para a capital Bruxelas em um protesto contra a tirania climática do governo belga que quer limitar as emissões de nitrogênio, colocando em risco milhares de empregos e podendo levar as fazendas à falência.
Seguindo a Agenda 2030 da ONU, a medida prevê o corte em 50% nas emissões de óxido de nitrogênio e amônia até 2030. Dessa forma, a política irá impor aos fazendeiros que diminuam significativamente a quantidade de gado em suas fazendas.
Segundo a polícia de Bruxelas, estima-se que mais de 2.700 tratores paralisaram a cidade. Já organizadores do protesto estimam mais de 5 mil tratores.
A maioria dos tratores estava decorada com cartazes que expressavam a raiva dos agricultores contra a política e reafirmavam o orgulho da classe: “Orgulho de ser agricultor”.
“Nosso setor já está fazendo muito esforço, mas o governo espera mais e mais de nós, enquanto o setor da indústria também está se expandindo”, disse Liesje Van Loon, dono de uma fazenda de cabras.
Em 2022, uma paralisação total eclodiu na vizinha da Bélgica e maior exportadora agrícola do mundo, a Holanda, quando o seu governo também tentou implementar a política verde de nitrogênio. Segundo fontes do próprio governo holandês, essa medida pode levar cerca de 30% dos agricultores a falência.
“Estamos todos convencidos de que algo tem que mudar em termos de nitrogênio, mas o setor agrícola não deve ser tratado de forma diferente do setor industrial“, disse o manifestante Leen Engelen, referindo-se a um dos pontos controversos do projeto de lei.
O governo holandês pretende, inclusive, oferecer um valor em dinheiro para comprar cerca de 3 mil fazendas apenas para desativá-las. No entanto, aqueles que recusarem a oferta serão obrigados a vendê-las mesmo assim. Em outras palavras, o governo holandês pretende confiscar terras agrícolas.
Além disso, o governo holandês estimou que cerca de 11.200 fazendas terão que encerrar as suas atividades para cumprir as metas climáticas, e outras 17.600 terão que reduzir significativamente seu número de gado.
