O CEO da brasileira Alibra, considerou que há “todo um negócio” em franca expansão na produção de ingredientes para produtos híbridos que o Uruguai pode aproveitar.
híbrido -Há um nicho a ser explorado devido ao envelhecimento da população no Uruguai e no Brasil, mas também na China.
Há um nicho a ser explorado devido ao envelhecimento da população no Uruguai e no Brasil, mas também na China.
Como parte do Fórum Inale 2024, Luiz Gonzatti fez uma apresentação na Torre de Antel, na quarta-feira, intitulada Ingredientes da cadeia de laticínios: o futuro dos produtos híbridos.

O engenheiro químico, com MBA em Gestão de Vendas e Administração de Agronegócios, é atualmente o CEO da Alibra, uma empresa brasileira de ingredientes alimentícios focada na cadeia de laticínios, e considerou que há “todo um negócio” em franca expansão na produção de ingredientes para produtos híbridos que o Uruguai pode aproveitar.

Produtos híbridos, o futuro para agregar mais valor ao leite?

Gonzatti disse que, no mercado brasileiro, a produção de alimentos híbridos, que são baseados em derivados do leite, é um setor que está crescendo em um ritmo muito mais rápido do que os produtos lácteos tradicionais, um processo que se consolidou após a pandemia. “É um mercado que está se desenvolvendo”, disse ele.

A Alibra atua no ramo de processamento de matérias-primas para a indústria alimentícia. É responsável, por exemplo, pela separação (craqueamento), proteína ou gordura do leite para produzir ingredientes finais ou insumos para outras indústrias alimentícias.

O executivo lembrou que o Brasil não cresce na produção de leite há 10 anos, e que hoje exporta produtos porque importa ingredientes como whey protein, caseína ou gorduras do leite, e depois exporta subprodutos porque “lá é competitivo”.

O CEO da Alibra disse que o soro de leite (bebível ou seco) se tornou uma “matéria-prima muito valiosa no Brasil” e não é mais “um produto residual” como era há 20 anos. “Hoje temos contratos de cinco anos com fornecedores, o que não era comum no passado”, disse ele. Ele acrescentou que o soro de leite está sendo usado pelo mercado como substituto do leite e também para nutrição animal. “Hoje estamos classificando a proteína do soro de leite para fazer novos produtos”, anunciou.

Ele destacou como vantagem a “estabilidade” e a “rápida recuperação” que os ingredientes do soro de leite (proteína, gordura) têm apresentado nos últimos tempos, o que foi significativamente maior do que a commodity típica (soro de leite puro) que hoje está sendo negociada a cerca de US$ 0,70 por kg. Por outro lado, os ingredientes do soro de leite passaram de um piso de US$ 2,40 por kg há um ano para US$ 3,30 hoje.

Gonzatti destacou que outras vantagens dos produtos híbridos é que eles estão menos expostos aos altos e baixos dos produtos tradicionais (leite em pó, queijo, manteiga) e que não dependem tanto do fato de chover ou não na Nova Zelândia para ter uma ideia de seu preço.

Como exemplo, ele disse que hoje um litro de leite no Brasil custa BR$ 5, uma bebida láctea BR$ 10 e uma bebida láctea com alto teor de proteína de 250 ml BR$ 12,50 (equivalente a BR$ 50 o litro).

 

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“A proteína será a estrela da empresa no futuro. Hoje temos uma demanda cada vez mais segmentada de consumidores por esses produtos”, disse ele. Ele acrescentou que também há um mercado para gorduras lácteas e caseína, porque elas têm uma alta concentração de proteína e são fortes em cálcio.

O executivo ressaltou que há um nicho a ser explorado devido ao envelhecimento da população no Uruguai e no Brasil, mas também na China, onde as indústrias de fórmulas infantis lácteas fecharam recentemente devido à queda na taxa de natalidade. “O setor de laticínios tem que olhar muito mais para os idosos”, disse ele.

Ele acrescentou que os consumidores estão valorizando alguns aspectos, como o sabor, a acessibilidade (que não seja um preço absurdo) e a naturalidade dos produtos híbridos que a indústria de alimentos está lançando no mercado.

Ele disse que o desafio para o futuro é ir em direção à inovação disruptiva para fazer “coisas que já temos com a proteína do leite para isolá-la e usá-la em produtos específicos”, disse ele. Nesse sentido, ele disse que o Uruguai tem o potencial de acessar os mercados da região, mas também de competir com produtos europeus similares no norte da África.

 

 

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